Universo Em Você

20 3 1
                                    

No começo, não existia quase nada, poeira cósmica sibilava ao céu

O sol iluminava a matéria, sua coroa reinava, um colorido véu

Logo perto, uma terra desertada, no espaço, há muitas eras.

Ali era o princípio,

Ali não havia riqueza, não havia diferença e não havia miséria.

Não havia poder maior do que os corpos celestes em sua dança hipnótica,

Do que a poesia do cosmos em suas rotações melódicas.

Mas hoje o espaço-tempo desandou por nós mesmos,

Estrelas apagadas, ao relento.

Nosso coração se transformou em buraco negro, sorrateiro e egoísta.

Seríamos insignificantes ao tempo?

Seríamos luz perdida, ao longe da vista?

Facilmente levados aos limites, ao fim do pensamento,

A gravidade ainda mantém nossos pés presos ao chão,

Criamos raízes nos meteoros, ríspida canção.

Contrasta ao vôo da alma, à mecânica de cada sentimento.

O universo continua a crescer assim como seus segredos internos,

Vemos dos raios solares, a vida florescer.

Não sabemos o que nos aguarda, alegria ou inferno, dor ou prazer.

Alguns buscam mensagens no céu negro, no chão, em segredo, entregues à própria sorte.

Outros procuram respostas em um livro, anseiam o fim mas temem a morte.

Nunca ouvi uma resposta sequer, mas sei que nunca desisto,

De saber quem sou, de onde vim, o que penso, por que existo...

É uma busca sem fim, nesta noite de luar,

É o crime da juventude, estudar seu universo, explorar os planetas do conhecimento,

E ainda assim se enganar.

E ainda assim perecer.

Satélite em órbita, olhar em movimento, centelha mordaz.

Há anos-luz da verdade que até hoje não conhecemos.

Poema dos céus, escrito na terra, linhas mortais.

O Livro Sem PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora