Vida

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Ainda que a dor lhe aflija os ombros,

Ainda que o silêncio seja perturbado e a tristeza nasça de repente.

Uma lembrança o faz sorrir,

Uma luz ilumina sua alma e um velho sorriso aquieta sua mente.

Não se passaram muitos anos,

Desde que a poesia o chamou para dançar e depois partiu para não voltar.

A noite chegou, e ao contemplar seus planos sentiu frio,

Não havia vivido seus dias,

Lágrimas embaçaram seus olhos, devagar.

Vestiu insensatez, caminhou entre rios escuros,

Deparou-se com a vida em sua forma mais bela.

Sorriu a distância e seu sorriso foi notado, ainda que brevemente.

Ela observava o jardim e os rios de sua janela.

Contemplava a arte e admirava o sol poente.

Ele tentou aproximar-se porém suas cicatrizes ainda doíam,

Seus olhos não podiam admirar o sol,

Nem mesmo seu coração podia sentir a emoção das cores.

Ela desapareceu de seu alcance, e agora sem chance de ver outro sorriso,

Voltou a caminhar em um mundo vazio, jardim sombrio,

Onde há muito tempo atrás, sibilavam as mais lindas flores.

De volta ao real, outra vez caminhou em estradas antigas,

Agora sem a felicidade do desconhecido.

Chorou pelas flores mortas, lamentou por sua vida,

Embora sempre soubesse que este seria seu destino.

Cenário lúgubre, olhar amargurado,

Seu quarto está em ruínas agora.

As distrações das quais gostava já não o faziam feliz como um dia fizeram.

Preocupado mas sem cuidado, não deixou que suas ações evitassem a hora.

Era tarde.

Os pássaros calaram o luar.

A última lágrima se foi.

Ele partiu. uma corda em laço levou suas dores.

Um suspiro final, sem cores, sem flores neste jardim.

Agora se pode ver a dança, a poesia e a arte,

A música, o sol se pondo e a vida chegando ao fim.

O Livro Sem PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora