Pequeno menino de terno,
Andava sozinho mas era seguido de perto,
Levava notícias durante o inverno,
Às pessoas do vilarejo externo,
que ficava atrás da estrada de São Roberto.
Naquele dia, seus passos seguiam reto,
Era seu dever viver de modo correto,
Não deixar nenhuma dúvida por perto,
Alcançar o destino certo,
Mantendo firme o seu trajeto.
Pequeno menino de terno,
Chegou ainda com o sol erguido, esbelto,
Adentrou a praça segurando seu caderno
Com as anotações, notícias, protestos.
Pôs-se então a proclamar em berros.
Todos logo ouviram os seus novos decretos.
Pequeno menino de terno,
Alcançou corações, povoou desertos,
Encantou o mundo, anunciou o fim do inverno,
O povo feliz, votou em conjunto decerto,
Para eleger o pequeno menino de terno.
Ao vencer, livrou-se de seu terno,
Sem motivos para ser um menino modesto,
Retornou ao seu real intelecto,
Abandonou seus ideais em um simples gesto,
Deixou sua marca, honorável manifesto.
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O Livro Sem Palavras
PoetryLivro de que reúne alguns de meus melhores poemas noturnos. Cada capítulo, um sentimento, uma experiência ou um vislumbre de tudo aquilo que pode ser tornar poesia.