Outra noite, vago pelo desconhecido além da imaginação.
Brasas cobrem o chão, fazendo meus olhos brilharem vermelhos na escuridão.
Um relâmpago transforma a noite em dia,
Por um instante, um clarão.
Apesar do calor das brasas espalhadas sob o luar,
Sinto frio em meus pensamentos, pairam lamentos neste lugar.
Acomodados ao relento, desatento, os ouço ressoar.
Outro momento de desespero, emoção e medo no ar.
Duas cores, intuição desgraçada, vida desenfreada,
Pássaros mortos decoram a calçada, houve um desastre na estrada.
Eles clamam em seu sofrimento, relutantes com palavras,
A si mesmos tormentam com ignorância e raiva.
Fecho os olhos e já não estou mais ali,
Velhos tijolos quebrados desmoronam sobre mim.
Demônios dançam debaixo dos seus pesadelos sem fim,
Alimentando o ódio, deliciando-se com seus sonhos carmesim.
Ouviram os anúncios dos derrotados?
Cortadas estão as asas de seus heróis arruinados,
Seus corpos viraram brasas e ao pó retornaram.
Vida feita de terra e fogo, terra e fogo juntos ao acaso.
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O Livro Sem Palavras
PoetryLivro de que reúne alguns de meus melhores poemas noturnos. Cada capítulo, um sentimento, uma experiência ou um vislumbre de tudo aquilo que pode ser tornar poesia.