Chapter 13

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Alissa Mallory

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Alissa Mallory

Fiz um gesto obsceno para onde ele estava poucos segundos atrás. Endireitei a coluna e limpei a garganta, subindo para o andar de cima, onde ele reservara um pequeno banheiro para que eu tomasse banho.

Olhei meu reflexo no espelho e quase tudo estava igual, exceto por meus olhos que estavam com as olheiras mais profundas do que eu lembrava. O cabelo nem preciso comentar.

Tirei aquele uniforme brega e introduzi meu corpo debaixo do chuveiro. Soltei um gemido ao sentir aquela água fria em contato com a minha pele.

Trouxe novas esperanças, uma sensação indescritível, como se todo aquele pesadelo fosse acabar a qualquer momento.

E iria acabar, eu tinha fé nisso. Tinha que me agarrar a qualquer possibilidade, por mais difícil que fosse.
Em torno de dez minutos terminei. Ajeitei os cabelos fazendo um coque com eles mesmos e fui até um quartinho que continha todos os produtos necessários para que eu pudesse limpar tudo. Até que não demorava, sua casa não se sujava com frequência. O que era bom e ruim ao mesmo tempo, porque quando eu acabava de limpar não restava mais nada para fazer, exceto ficar olhando para as paredes e o teto.

Quem diria, enquanto morava no orfanato, meu único objetivo era sair de lá com pais, fossem de sangue ou não. Agora, olha onde eu estava:
Morando com um cara totalmente sem juízo que acha que pode sair matando todo mundo só por que sua vida não foi um mar de rosas.
Como minha vida mudara drasticamente de uma hora para a outra?!

Senti-me frágil e idiota relembrando o passado. Agi daquela maneira quando criança porque eu era uma criança!

Decidida a não martelar o passado, minha concentração se voltou só para meu único objetivo no momento: limpar. Entre todos os cômodos, um em especial estava trancado. Imaginei que coisa boa não tinha ali e chispei para longe o mais rápido possível.

Deixei seu quarto por último. Cheguei em frente ao mesmo e meu coração acelerou. Era a primeira vez que ele me mandava limpar aqui. Engoli em seco antes de girar a maçaneta, adentrando em seu quarto com passos minúsculos.

Não foi bem o que eu esperava, como um cenário obscuro exalando sangue, com armas para tudo quanto é canto e crânios como enfeites decorando as paredes. Era perfeitamente normal. Normal até demais.

Uma cama de casal acolchoada, seu closet, um quadro com uma paisagem mórbida acima da cama, duas mesinhas de cabeceira e uma TV enorme, maior que a da sua sala de estar.
Até que pra um doente mental ele tinha estilo.

_________

Ele chegou.

Meu coração palpitou isso em um ritmo descompassado após escutar ruídos de falas e outros barulhos estranhos vindos do lado de fora.

𝘋𝘢𝘳𝘬 𝘍𝘭𝘰𝘳𝘦𝘴𝘵 Onde histórias criam vida. Descubra agora