Vinnie Hacker
—Para onde estamos indo, tio? - Anne apertou minha mão e olhei para ela de novo, aquele um terço de gente loiro segurando com força seu urso de pelúcia.
—Eu vou te deixar em casa.
—Minha casa não é pra esse lado.
—Eu sei. — rio de sua resposta. - Estamos indo até o meu carro.
—Tenho medo do escuro. Você não sente medo?
—Não.
—E o que faz para não sentir medo?
Penso um pouco.
—Tenho confiança em mim mesmo.
—O quê? — ela para confusa e arqueia as sobrancelhas claras.
Paro também. Eu não sabia como diabos explicar isso para ela. Pigarreio e digo:
—Você tem que pensar que é mais forte que seu medo, que você domina ele. Tem que... só pensar que é forte. — faço uma pausa e reprimo um xingamento por não saber explicar para ela isso direito. — Será que deu pra entender? - termino de dizer e ela passa um tempo pensando.
—É, eu sou forte! — disse fazendo uma cara de vencedora. - Após uns segundos processando o que eu disse, percebi que daria um ótimo conselheiro pra ser pai.
—Sabe - começo dizendo. - Eu te levaria para conhecer... - as palavras somem da minha mente e boca. Anne percebe e me olha com curiosidade. —Deixa pra lá.
—Conhecer quem? - não respondo. Nós não éramos nada. Eis a palavra que mais chegava perto do que éramos: Amigos. E isso soava bizarramente bizarro pra caralho. - Hm... Sua namorada? — ela dá um risinho sugestivo.
Penso nessa remota possibilidade.
—Acho que ela nunca vai me querer.
—Pergunte a ela. Vocês homens complicam tudo! —sorrio. Depois de alguns minutos, ela diz: — Eu tenho um namorado. - franzo o cenho.
—Sério? - finjo acreditar. - E... - fico pensando na minha pergunta para não sair, digamos, adulta demais. — Vocês se abraçam? Dão beijo na bochecha?
—Não! Ele divide o lanche comigo. - solto uma gargalhada alta.
Quando saímos da mata, Anne larga minha mão.
Nos cinco segundos que eu guardo o celular no bolso e caço a chave do carro, ela desaparece.
Merda.
—Posso saber o que você está fazendo?! — eu a encontro alguns metros mais a frente, segurando uma... Droga! Uma porra de uma aranha, Anne? E tinha que ser desse tamanho?
—Veja tio! Você disse pra mim ser mais forte que o meu medo, e eu tenho muito medo de aranhas também, então a peguei, sou muito mais forte que ela.
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𝘋𝘢𝘳𝘬 𝘍𝘭𝘰𝘳𝘦𝘴𝘵
Historical FictionAlissa Mallory, uma garota de dezesseis anos, quando pequena foi abandonada por seus pais em um orfanato. A única coisa que ela considerava boa naquele péssimo lugar eram seus dois amigos: Casteel e Kieran. No entando, na infância, eles cometem um p...