Chapter 31

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Vinnie Hacker

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Vinnie Hacker

—Para onde estamos indo, tio? - Anne apertou minha mão e olhei para ela de novo, aquele um terço de gente loiro segurando com força seu urso de pelúcia.

—Eu vou te deixar em casa.

—Minha casa não é pra esse lado.

—Eu sei. — rio de sua resposta. - Estamos indo até o meu carro.

—Tenho medo do escuro. Você não sente medo?

—Não.

—E o que faz para não sentir medo?

Penso um pouco.

—Tenho confiança em mim mesmo.

—O quê? — ela para confusa e arqueia as sobrancelhas claras.

Paro também. Eu não sabia como diabos explicar isso para ela. Pigarreio e digo:

—Você tem que pensar que é mais forte que seu medo, que você domina ele. Tem que... só pensar que é forte. — faço uma pausa e reprimo um xingamento por não saber explicar para ela isso direito. — Será que deu pra entender? - termino de dizer e ela passa um tempo pensando.

—É, eu sou forte! — disse fazendo uma cara de vencedora. - Após uns segundos processando o que eu disse, percebi que daria um ótimo conselheiro pra ser pai.

—Sabe - começo dizendo. - Eu te levaria para conhecer... - as palavras somem da minha mente e boca. Anne percebe e me olha com curiosidade. —Deixa pra lá.

—Conhecer quem? - não respondo. Nós não éramos nada. Eis a palavra que mais chegava perto do que éramos: Amigos. E isso soava bizarramente bizarro pra caralho. - Hm... Sua namorada? — ela dá um risinho sugestivo.

Penso nessa remota possibilidade.

—Acho que ela nunca vai me querer.

—Pergunte a ela. Vocês homens complicam tudo! —sorrio. Depois de alguns minutos, ela diz: — Eu tenho um namorado. - franzo o cenho.

—Sério? - finjo acreditar. - E... - fico pensando na minha pergunta para não sair, digamos, adulta demais. — Vocês se abraçam? Dão beijo na bochecha?

—Não! Ele divide o lanche comigo. - solto uma gargalhada alta.

Quando saímos da mata, Anne larga minha mão.

Nos cinco segundos que eu guardo o celular no bolso e caço a chave do carro, ela desaparece.

Merda.

—Posso saber o que você está fazendo?! — eu a encontro alguns metros mais a frente, segurando uma... Droga! Uma porra de uma aranha, Anne? E tinha que ser desse tamanho?

—Veja tio! Você disse pra mim ser mais forte que o meu medo, e eu tenho muito medo de aranhas também, então a peguei, sou muito mais forte que ela.

𝘋𝘢𝘳𝘬 𝘍𝘭𝘰𝘳𝘦𝘴𝘵 Onde histórias criam vida. Descubra agora