Vinnie Hacker:
Me acordei e senti aquele calor colado em mim, com algumas mechas de cabelo... platinado? em meu rosto. Uma de minhas mãos pousadas em seu quadril e... caramba.
Me sentei e não reconheci o lugar. Uma sala de estar bem ampla, toda iluminada. A mesa de centro fora jogada para um canto longe do meio dos sofás, que estavam todos desiguais, longe. As almofadas no chão e algumas coisas quebradas, como um porta-retratos. Minha visão recaiu sobre as garrafas vazias de bebidas, espalhadas aleatoriamemte pelo lugar.
- Ai. Cacete.
- Hm... De quem? - pisquei. A garota dos cabelos brancos já estava despertando também.
Revirei os olhos.
- Ninguém, caralho.
-Olha a bagunça que a gente fez! - gemeu fazendo uma careta, quando viu o que fizemos ontem à noite.
- E por que não fomos pro quarto?
-Que merda! Como é que eu vou saber?
Me levantei e comecei a catar minhas roupas. Ela ficou me olhando, com uma cara de quem viu uma alma.
- Não vá, por favor. - choramingou, e senti seu toque em meus ombros.
- Não vem com essa. Tô com uma dor de cabeça do cara..
Ela se colocou em minha frente, e meu olhar vagou por seu corpo.
- Ainda está com dor de cabeça? - perguntou, soltando um risinho. Parece que a ressaca ainda não tinha chegado pra ela.
- Cala essa boca.
Tomei uma ducha assim que cheguei em casa.
Caçei o punhado de chaves e o encontrei no chão da cozinha, o peguei e avancei até o porão. Me deparei com Alissa dormindo, porém, quando cheguei mais perto, me dei conta de que sua pele branca estava mais pálida e seus lábios entreabertos. Tinha até alguns bichos em cima dela.Porcaria....
- Alissa.- toquei seus braços e rosto, sentindo-os completamente frios. Levei minha mão em seu seio esquerdo e as batidas de seu coração batiam em um ritmo muito fraco.
-Ah, mas que porra! Eu devia saber que aqui fazia muito frio. Acho que você está com hipotermia. Falei sozinho. Peguei-a nos braços e levei até um quarto. De início hesitei, não estava em meus planos levá-la até um.
Coloquei-a na cama e sem delongas a cobri com um cobertor. Será que bastava só um? Fiquei na dúvida, então peguei outro.
O que restava agora era esperar ela despertar.
Percebi que havia dormido enquanto esperava quando meu celular tocou e eu recusei a chamada, xingando. Ela ainda estava desacordada. Cheguei mais perto e sentei na cama, conseguindo observar cada traço de seu rosto. Tinha os olhos castanhos claros, as sobrancelhas médias e os lábios bem delineados. Não era tão baixa e seus cabelos estavam na cintura, possuiam uma cor preto deslumbrante.
Dei as costas e estava prestes a sair do quarto, porém a escutei mexer-se na cama. Parei e fiquei olhando. Aos poucos seus olhos foram abrindo e sua cara foi a melhor. Ela olhou-me com uma expressão de pavor e surpresa, seguida de inquietação e curiosidade.- O que aconteceu? - sua voz saiu arrastada. Quando se deu conta de que estava deitada e coberta, arregalou os olhos para mim.
- Porra de hipotermia. - ela franziu a testa, mas pareceu entender.
Saí e busquei água e frutas pra ela, voltando em seguida para o aposento. Entrei no quarto repentinamente e ela deu um pulo, assustada, quando me viu.
O pânico foi tomando seu rosto quando viu o que eu tinha em mãos. Dei a ela a água e as frutas, e a mesma continuou sem mover um músculo.
- Não tem veneno. - avisei.
Ela fez menção de sair da cama, mas eu a detive.
- Pra onde pensa que vai? Coma.
- Não estou com fome. - deu de ombros, embora nós dois soubéssemos que estava.
- Te encontrei desacordada morrendo de frio.
Coma. Não é um pedido, é uma ordem.Alissa levantou-se com certa dificuldade e se pôs sentada na cama, começando a comer. Eu a observei, não conseguindo conter um sorriso sacana no rosto. Ela me olhava de relance e sempre desviava sua atenção para um ponto qualquer do quarto.
Quando acabou, disse:
- Não precisava ter feito isso.
- Isso o quê? - perguntei.
- Isso. - e gesticulou com o olhar para a água e o quarto. - Não era pra eu morrer?
- De frio, não. - soou com desdém minha resposta e a vi baixar a face.
Suspirei.
Antes de eu chegar a perguntar se ela já se sentia melhor para sair, a mesma se apressou em dizer:
- Já estou melhor. Posso sair agora?
- Onde estão seus modos? Cadê meu "muito obrigado por cuidar de mim?" - questionei, ríspido, franzindo de leve a testa.
Ela engoliu em seco, tentando disfarçar a raiva.
- Obrigado por cuidar de mim. - respondeu
relutante- Boa garota. - sorri. - Merece um petisco.
- E você um... - seu sussurro cessou quando a fuzilei com o olhar.
- Um o quê? - segurei seus ombros e a prendi na parede. - Um o quê?!
- Nada. - mordeu o lábio, evitando me olhar.
- Escuta, eu tô cansado dessas suas respostas
afiadas. Você não quer que eu corte a sua língua, quer?Seu corpo estremeceu quando apertei de leve seus ombros.
- Não. - murmurou, e vi que ela fazia um esforço enorme para não deixar que as lágrimas caíssem.
- Melhor assim - liberei a passagem. - Saia.
Agora. - vociferei.- Tudo bem. - balbuciou. E passei as mãos nos cabelos, suspirando. Que porra de situação irritante.
Ela era irritante. Até onde minha bondade iria? - me peguei pensando.
Peguei minha jaqueta que estava jogada em cima da poltrona, e ajeitei a pistola no bolso dela.
- Já sabe o que acontece se tentar fugir - adverti, vendo seus olhos se arregalarem e sua mandíbula retesar. Então, saí.
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meu Deus, oque houve aqui?
Caso vocês não entenderam, na noite anterior ele bebeu um pouco de tequila em casa e saiu de casa pra beber mais, acabou que ele transou com uma mulher qualquer e não se lembra, aquela mulher com quem ele estava falando no começo do capítulo é a mulher que ele ficou, não a Alissa.
Bebam água, me sigam, comentem e curtam o capítulo por favor 🙏🥺
Beijos, Anna.
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𝘋𝘢𝘳𝘬 𝘍𝘭𝘰𝘳𝘦𝘴𝘵
Ficção HistóricaAlissa Mallory, uma garota de dezesseis anos, quando pequena foi abandonada por seus pais em um orfanato. A única coisa que ela considerava boa naquele péssimo lugar eram seus dois amigos: Casteel e Kieran. No entando, na infância, eles cometem um p...