Alissa Mallory
Pensamentos vagos e uma dor imensa corroia-me, cada pedaço do meu eu estava indo embora. Meu espírito já não me dava mais forças para enfrentar qualquer situação que viesse.
Coisas horríveis, temíveis e jamais imaginadas acontecendo comigo e com quem eu mais amei, desde que me entendo por gente. Meu coração não ia aguentar perder qualquer que fosse de meus amigos, eles eram tudo pra mim.
— Presta atenção, eu não aguento mais te ver assim. Olha esse nariz vermelho e os olhos inchados! Você tem que se acalmar, tá? - Kieran, com suas palavras doces, fez Layla olhar para ele e fungar.
— Nem percebi que estava chorando tanto. — ele passou os dedos por suas bochechas na tentativa de limpá-las. — Tá sendo impossível me acalmar nesse momento, Casteel. É muita pressão, tanta incerteza, e principalmente muito medo. Se ele não me matar eu vou morrer de nervosismo. Tenho certeza.
— Não precisa exagerar! — censurou Casteel.
— Eu entendo você, Layla. — fecho os olhos. —
Entendo perfeitamente.— Pois é — responde ela. — E você, Kieran, tá se sentindo melhor?
— Na mesma — respondeu irritado. — Me desculpem! Tá legal? Eu só não tô aguentando a verdade de que a Lavínia não está mais conosco, e o pior, meu filho também não.
— A gente te compreende, cara. Temos certeza de que ela está bem.
- É, Kieran — acenei a cabeça. —Posso confessar uma coisa para vocês dois? — os mesmos trocam olhares e direcionam sua atenção para mim.
— Claro, minha flor — Casteel me lança um olhar interrogativo e curioso.
— Vocês sempre foram fortes e, principalmente, dois grandes amigos. Não se deixavam abalar nem nas piores situações. Sempre os admirei. E, Kieran, não desmorone agora. Precisamos de você. — Layla segurou sua mão, assentindo.
— A Lav e o bebê precisam de você.
— Obrigado pela força — por absolutamente mínimo que fosse, resolvi considerar a linha fina que seus lábios formaram como um pequeno sorriso de gratidão.
Layla soltou sua mão com pressa e a levou a testa.
— Tá tudo bem? — perguntei. Casteel já estava ao seu lado.
— Tô sim. Faz um tempo que estou com dor de cabeça.
— Nem me fale. — resmungou Kieran, soltando um gemido.
— Ainda tem um pouco da minha água — Casteel entregou sua garrafinha. — Está com sede, flor?
— Tô bem. É... Eu estava pensando no que ele disse. Sabem o que é? — assentiram. — O que eu faço, gente? Ele disse que tenho que escolher um de vocês!
— Precisamos pensar em algo, e rápido - falou
Layla. — Mas não tenho ideia. Minha cabeça não tá funcionando direito.— Já pensei nisso muitas vezes — Casteel falou. —
Acho que não temos saída. — para completar meu estado de choque, ele diz: — Pode me escolher.— Não! Você só pode ter batido a cabeça em algum lugar e ter deslocado o cérebro! — Layla lhe dá um tapa no braço. — Você não vai fazer isso. Tem que ter outro jeito.
— Que jeito?! — ele rebate.
— Não sei, Casteel! Temos três cérebros aqui, precisamos pensar em alguma coisa!
— Layla tem razão — Kieran lança um breve aceno para ela. — Se entregar sem lutar é burrice.
— Eu concordo — digo. — Eu nunca me perdoaria por ter que escolher você. Aliás, algum de vocês.
— Puta que me pariu! — surgiu a voz. Como ele tinha conseguido entrar sem que percebêssemos?!
— Como vocês são melosos! — Casteel se encostou em mim, puxando Layla para junto dele. Kieran fez o mesmo. Todos paralisados demais para tentar assimilar como não o vimos.
Ele me olhou, e como se conseguisse ler meus pensamentos, falou:
— Relaxa. Não vai precisar escolher agora — sua voz saiu suave, reprimi a vontade de suspirar e desviar o olhar. — Venha até aqui — por essa eu não esperava.
Engolindo em seco, me pus de pé e tentei me manter firme, como se não nada que ele dissesse ou fizesse fosse capaz de me abalar.
Ergui o queixo para olhá-lo. Devagar, sua mão pousou em meu braço. Então começou a andar.
Meus pés congelaram no chão.— Venha! — falou com a voz autoritária. Olhei para os meninos e para Layla. O coração disparando muito rápido.
Ele me puxou mais forte, soltando um xingamento.
— Eu amo vocês! — falei, Kieran fez menção de se levantar, mas balançei a cabeça e fiz cara feia para ele.
Então, fomos. Não olhei para trás de novo.
— Surgiu um assunto urgente. Tenho que resolver.
E não me olhe com essa cara contente! — eu não fiz nenhuma cara contente! Vi-o guardar um bolo de chaves no bolso e pegar seu celular. — Acho que sabe muito bem o que vai acontecer se tentar alguma gracinha.— Se vai sair por que me trouxe aqui para cima? — perguntei.
— Não interessa! Faz parte do plano! — me dá uma última olhada com aspecto de raiva. Caso ele achasse que isso me dava medo estava completamente...
Certo.
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Oque acham que vai acontecer daqui em diante?Pra qual time vocês torcem?
(Não vou falar o meu, porque se eu falar vou levar um há-te do caramba)Obrigada pelas 200 vizualizações ;)
Amo todos vocês! Não se esqueçam de votar e comentar.
Beijos, Anna.
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𝘋𝘢𝘳𝘬 𝘍𝘭𝘰𝘳𝘦𝘴𝘵
Historical FictionAlissa Mallory, uma garota de dezesseis anos, quando pequena foi abandonada por seus pais em um orfanato. A única coisa que ela considerava boa naquele péssimo lugar eram seus dois amigos: Casteel e Kieran. No entando, na infância, eles cometem um p...