Quatro.

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Final de tarde, era nítido e lindo o pôr do sol que marcava National City, o inverno estava chegando ao fim, com ele iriam as blusas, os resfriados e o bom trânsito da cidade grande, que nas outras estações, eram lotados, tendo um engarrafamento atrás do outro. Lena, Lex e seu motorista estavam a caminho do hospital, a morena estava com um blazer branco, um top branco, um tênis da mesma cor que o blazer e uma calça de moletom cinza, apesar da combinação estranha, a morena estava linda e casual. Lex tentava puxar algum assunto com a irmã, que estava a todo momento com os pensamentos longes e os olhos fixos na janela, olhando a paisagem e os prédios.

Quando o carro estacionou, Lena respirou fundo e desceu, o adolescente em nenhum momento pensou em deixar a irmã sozinha, acompanhou ela até a recepção.

— Boa noite, quero falar com Carina DeLuca. — Lena disse para a ruiva na recepção.
— Desculpa, tem hora marcado senhora? — ela encarou a mulher em sua frente, não acreditando no que havia acabado de ouvir.
— Hora marcada? Desculpe, não sabe quem eu sou? — Lena perguntou, sua paciência já estava ultrapassada. A ruiva a encarava com um olhar de "tanto faz" o que irritou mais a morena. — Sou Lena Luthor, a maior acionista desse hospital e praticamente sua chefe! — a ruiva engoliu seco por conta do tom que estava sendo usado. — Eu deveria te demitir por tamanha incompetência,mas tem sorte que eu estou com pressa. Agora, pode chamar a Dra. Carina? — a ruiva concordou com a cabeça e pelo telefone fixo, chamou Carina, que apareceu na recepção tão rápido quanto um raio.

— Minha sala! — a ginecologista apenas disse isso e saiu, fazendo Lena e Lex a seguirem.

Quando a morena entrou na sala, seu estômago revirou ao dar de cara com a loira que vivia atrás dela na LCorp.

— Porra, você não é a garota do brechó?! — Lena indagou, olhando diretamente para Kara.
— Eu não sou a garota do brechó, eu sou Kara Danvers. — a loira se levantou da poltrona que estava sentada, ficando de frente para Lena.
— Lena. — Carina a chamou, fazendo com que ela ficasse com os olhos fixos na médica. — Essa é Kara, ela é minha paciente e infelizmente vocês duas acabaram sendo vítimas de um erro do hospital. — Carina tentava achar a melhor forma de dar a notícia. — Você veio para uma simples consulta ginecológica e Kara veio para uma tentativa de inseminação, era uma das chances de tentar ter um filho visto que ela tem um problema no útero. — a médica explicava.

Lena revirou os olhos.

— Vai direto ao assunto! — falou grossa.
— Lena, a nossa enfermeira aqui, Ava, errou os procedimentos e acabou fazendo a inseminação em você. — Lena encarou as três mulheres incrédula, não acreditando no que estava ouvindo.
— Você está brincando comigo?! — indagou séria.
— Eu sou tio? — Lex se intrometeu.
— Cala a boca, Lex! — Lena falou, aumentando o tom de voz. — Carina, que coisa é essa? Vocês estão brincando com a minha cara? — Lena sentia seu corpo entrar em desespero.
— Lena, Ava usou o material genético da Kara e do doador e acabou inseminando você, foi um erro, era pra ser em Kara.

Lena ouvia tudo, mas sua mente girava, seu corpo tremia e sentia que o ar iria sair se seus pulmões a qualquer momento. Lex a chamava, mas não conseguia focar em nada.

Estava grávida.

Todos os enjoos, as dores, o cansaço extremo, os vomitos, tudo fazia sentido agora. Ela estava grávida.

Lena correu até o banheiro da sala, se ajoelhou em frente ao vaso e vomitou. Kara correu até ela e segurou seus cabelos, estava preocupada. A morena quando tomou consciência do ato, tirou a mão da loira, fazendo Kara se afastar receosa. Lena se levantou e usou um enxaguante na boca, logo se virou.

— Nunca mais encoste em mim. — falou olhando fixamente para a loira.
— Está tudo bem? — Lex perguntou, preocupado.
— Não, definitivamente não está nada bem. — Lena falou com um tom severo, olhando para a médica e enfermeira. — Como você foi tão burra ao ponto de errar uma coisa tão séria? Você tem noção que me engravidou? Que usou os gene de outra mulher e me engravidou sem eu querer ter a porra de um filho? — a morena falava alto para Ava, que quase chorava com as palavras da quase chefe.
— Lena, calma, foi um erro enorme mas não é necessário isso. — Kara falou, fazendo a outra a encarar furiosa.
— Você é quem mesmo, porra? — falou de forma grosseira.
— Eu sou a mulher cujo os gene estão dentro de você! — devolveu no mesmo tom.

Lena odiava quando batiam de frente com ela.

— A propósito, já entrei com um processo contra a enfermeira e o hospital, agora cabe a você demiti-lá. — Kara deu a ordem.
— Olha aqui, loira azeda, você não manda aqui, eu não vou demiti-la. — Lena a encarou furiosa. Ambas estavam frente á frente, se encaravam com raiva, quase saindo fumaça de seus ouvidos.
— Lena, precisamos fazer um exame em você para poder confirmar de fato a gravidez, é um exame de sangue rápido. — Carina falou, não querendo se meter na briga das duas.

Kara a olhou uma última vez e saiu da sala.

— É verdade que a senhora não vai me demitir? — Ava indagou, feliz.
— Óbvio que vou, eu só não iria dar esse gosto para ela. Está demitida! — Lena disse e logo saiu da sala também.

Era nítido a tensão que estava entre as três mulheres na pequena sala. Carina terminava de examinar o sangue da morena que estava sentada na maca, enquanto Kara andava de um lado para o outro, nervosa e ansiosa.

— É, você está grávida. — Carina confirmou.

Lena não sabia se ria ou se chorava, queria surtar, bater e xingar alguém, sentia que iria explodir a qualquer momento. A empresária custava a acreditar que era verdade, apesar dos sinais, não queria acreditar que por conta de uma falta de atenção, ela estava grávida.

Ela nunca quis ser mãe.

Kara, por outro lado estava feliz e amedrontada, simplesmente não suportava Lena mesmo com o pouco convívio, mas ela estava com seu filho na barriga e isso era um motivo para ficar feliz.

— Kara, não temos mais seu material genético, usamos todos do seu último óvulo restante, o outro você perdeu com o tratamento de fertilidade. Bom, pelo menos agora, você vai ter o seu filho. — Carina tentava ver o lado bom da situação.
— Pelo menos esse é o lado bom. — Kara disse receosa.

Quando se tratava de Lena, Kara pisava em ovos.

— Lado bom? Estão malucas? Eu estou grávida! Eu estou grávida!!! — Lena repetia, tentando acreditar. — Por culpa de uma enfermeira, eu engravidei, minha vida acabou! — seu semblante era totalmente indecifrável. — Eu vou acabar com a vida dessa enfermeira, vou fazer essa infeliz virar uma mendiga! — agora a raiva estampava seu rosto.
— Lena, calma, você vai precisar evitar o estresse por conta da criança.— Carina falou.
— Criança? — Lena riu sarcástica. — Eu não vou ficar com ela, tá maluca?

— O QUE?!! — Carina e Kara falaram em uníssono, que acabou saindo um pouco alto

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deixem estrelinha, por favor 💙

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