Barriga de aluguel | SUPERCORP

Quinze.

Lena tentava raciocinar no que havia acabado de ouvir, não tinha a intenção de contar para sua mãe, sabia exatamente a opinião dela sobre o assunto. O seu corpo tremia e, logo, sua respiração começou a ficar falha, tornando impossível respirar.

— Ei, Lena, calma! — Kara pegou o rosto da morena nas mãos e a fez encarar. — Respire comigo, ok? — Lena balançou a cabeça, mostrando que estava entendendo tudo.

Kara começou a contagem e começou a respirar, Lena tratou de repetir os atos e acompanhou a loira, logo se acalmando com a respiração voltando ao normal.

— O que vamos fazer agora? — Lena perguntou, assustada.
— Vamos apenas falar que ela se confundiu, não devemos explicações para a sua mãe, entendeu? — a morena concordou com a cabeça. A cabeça de Lena girava, conhecia Lillian e ela não iria descansar até descobrir a verdade.

Respiraram fundo e desceram as escadas, andaram até a porta dos fundos, entrelaçaram as mãos e se olharam uma última vez antes de entrar na casa. O olhar era de cumplicidade, sabiam que agora precisavam dar tudo se si, pois Lillian Luthor nunca poderia saber desse contrato. Em passos lentos, as duas chegaram até a sala onde a matriarca esperava as duas em pé, com os braços cruzados.

— Vejo que se acertaram. — falou baixo, olhando para as mãos entrelaçadas.
— Sim, não consigo ficar brava com a minha gatinha. — Kara surpreendeu a morena com um selinho rápido nos lábios. Lena encarava surpresa, ficou olhando a loira por alguns segundos e logo seus lábios abriram em um pequeno sorriso.
— Acho que temos que conversar. — a morena engoliu seco.
— Acho que temos mesmo, Lillian. Você pode me explicar o que quis dizer com contrato agora a pouco? — Kara fez um semblante confuso enquanto encarava a mais velha, que também tinha um olhar de confusão.
— Eu quem te pergunto, Srta. Danvers. Você mesma falou sobre isso no escritório quando estava aos berros com minha filha. — falou firme.

Kara apertou a mão de Lena, tentando conter a raiva.

— A senhora, por estar em uma idade mais avançada, acredito que tenha ouvido errado, porque em nenhum momento eu falei sobre contrato, ou falei, Lena? — a loira olhou para a morena, esperando ansiosamente para a confirmação da mentira.
— Não falou não, meu bem. — Kara sorriu com o apelido recebido pela outra.

Lillian fechou as sobrancelhas, seu semblante aos poucos foi ficando irritado.

— Eu sei muito bem o que eu ouvi, mas tudo bem, se vocês não querem me contar, eu vou descobrir. Eu descubro tudo. — deu um sorriso medonho no final da sua fala, nos olhou sério e deixou a sala.

Um suspiro aliviado saiu da boca de ambas, os corações batiam rapidamente e nos pensamentos, tudo que conseguiam pensar era no que Lillian Luthor iria fazer.

Quando chegaram ao quarto da morena, Lena se jogou na cama, sentindo-se mais leve.

— Por que não podemos falar para sua mãe sobre o contrato mesmo? — Lena levantou um pouco a cabeça para olhar para a loira.
— Lillian é maluca. Você esqueceu por que estamos fazendo isso? Para ela me colocar no testamento de novo e para passar uma boa imagem para o público. Ela não pode descobrir. Agora vamos ter que fingir melhor. — Kara se mexeu desconfortável. — Você me ajuda com as minhas malas? Nunca sei o que levar. Normalmente quem arruma para mim é alguma empregada.
— Quando chegarmos na sua casa, eu te ajudo. — Lena sorriu satisfeita. — Você não estava proibida de entrar em Amsterdam?
— Quem me chamou foi o próprio embaixador, provavelmente esse assunto já deve ter sido resolvido. — a loira deu de ombros, não querendo falar mais sobre o assunto.

Evitando se despedir dos familiares, Lena e Kara arrumaram suas coisas e foram para o carro. A loira queria sua casa, queria descansar do fim de semana mais desastroso que já havia tido. O caminho até a capital foi o mais silencioso possível, Kara ainda tentava controlar seus sentimentos sobre a viagem de Lena e como ficaria com a distância do seu bebê, talvez se afundasse em trabalho e esperasse dois meses passar.