Barriga de aluguel | SUPERCORP

Treze.

O vento balançava as árvores e acabava deixando a noite um pouco mais fria, principalmente para Kara que se encontrava toda molhada. Ambas as mulheres subiram para o quarto, teriam que lidar com a presença uma da outra na mesma cama pois, segundo Lillian, as duas eram namoradas e não fazia sentido dormir em quartos separados. Enquanto a loira entrava no banheiro do quarto para tomar banho, Lena sentou na cama e seus pensamentos á levaram para longe, para ser mais específica, em um futuro 9 meses depois e o quanto sua vida iria mudar até lá, talvez ela não estivesse preparada, mas uma parte sua sabia que teria Kara para ajuda-lá.

— Ou, tá no mundo da lua? — Kara perguntou, atraindo a atenção de Lena, fazendo com que o olhar da morena se encontrasse com o seu.

Kara estava apenas de toalha.

— Você vai dormir assim? — Lena indagou, olhando o corpo da outra.
— Ué, Lena Luthor nunca teve uma mulher só de toalha na cama? — o olhar interrogativo de Kara fez a morena engolir seco, quando conseguiu a reação que esperava, a loira pegou sua roupa e voltou para o banheiro, para se trocar. Havia um sorriso em seus lábios.

Alguns minutos depois, as duas estavam deitadas lado a lado, encarando o teto. O quarto estava todo escuro e ambas faziam de tudo para não se encostarem, apesar do momento que tiveram juntas na piscina, ainda se odiavam, mas estavam se suportando.

— Está conseguindo dormir? — Kara puxou assunto.
— Não. — Lena respondeu.
— Achei que estava acostumada com mulheres na sua cama. — provocou.
— Na maioria das vezes elas estão nuas e eu também. — retrucou.

Ficaram em silêncio novamente.

— Já sabe qual nome vai dar para o bebê? — dessa vez, Lena puxou assunto.
— Acho que Emma se for menina e Connor se for menino. — Kara respondeu de forma simples.
— Tem algum significado? — Lena pareceu curiosa.
— Eu sempre fui apaixonada pelo nome Emma, desde que eu era criança. Agora Connor é mais uma homenagem. Meu irmão, Clark, teve um filho chamado Connor, mas ele acabou morrendo ainda bebê, sabe? — a loira soltou um suspiro. — Ele teve muitas complicações e não conseguiram salva-ló. Ele tinha 1 mês, era nosso xodó, foi difícil demais. — a voz embargada da loira fez a morena se solidarizar, procurando a mão de Kara por baixo do edredom para segura-lá.
— Eu sinto muito, Kara. — Lena realmente sentia.
— Tudo bem, Lena. Hoje em dia está tudo bem, temos Esme e ela é nossa maior alegria. — Lena abriu um pequeno sorriso. — Vamos dormir? Seu pai nos chamou para andar a cavalo amanhã. — Kara não disse mais nada, apenas se virou para o lado e fechou os olhos. A morena, com cautela, se aproximou um pouco mais, deixou seus dedos passarem pelos detalhes da loira, em seguida foi para seus cabelos ondulados e fez um leve carinho.

Kara sorriu com o pequeno contato e, ainda de costas, levou sua mão até a cintura da morena e também começou um leve carinho, volta e meia descia mais do que estava nos limites, mas em nenhum momento Lena reclamou, pelo contrato, sua respiração ao invés de calma, estava agitada. Quando o contato parou, deduziu a empresária que a outra havia pegado no sono, sua mente pensava em tudo que havia acabado de acontecer e na conversa que tiveram.

Naquele momento, Lena sentiu um aperto no coração e, involuntariamente, levou sua mão até sua barriga e assim adormeceu.

Quando o dia amanheceu, a morena acordou e se espreguiçou na cama, notou que estava sozinha e então se sentou rapidamente, procurando Kara pelo quarto com os olhos. Quando iria se levantar, a porta se abriu e Kara apareceu com uma enorme bandeja de café da manhã.

— Uou, que isso? — indagou a morena, coçando os olhos.
— Café da manhã! — Kara respondeu, sorridente.
— Por que isso? — a loira a olhou confusa. — Quer se mostrar pra minha mãe?
— Sua mãe já me adora, Lena! Eu só quis fazer um carinho, nada demais. — Kara deu de ombros. — Coma, se arrume e vou estar te esperando com seu pai e Lex lá embaixo.
— Lex vai ir junto? Por que?! — Lena quase gritou.
— Porque eu convidei.
— Kara!! Ele é chato.
— Agora é meu cunhado. — mostrou a língua para a morena e saiu do quarto.