Dezoito.

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Ao contrário de Amsterdam, o clima em National City estava quente, com o verão quase chegando ao fim as temperaturas começavam a subir. O vôo de Lena pousou em solo americano as quinze horas da tarde, em uma quinta-feira.

A morena foi recebida por seu pai e Lex, que ficaram alegres ao poder reencontra-lá depois de quase três meses. Lena não perguntou da mãe e os outros dois tampouco quiseram puxar assunto, sabiam que era um assunto delicado. Os três foram juntos até uma lanchonete antiga onde Lionel costumava levá-los quando eram mais novos, era rústica e pouco frequentada, mas era um lugar extremamente acolhedor.

A lanchonete ficava em uma rua sem saída, na parte rural de National City. O local era laranja e branco, as luzes eram fracas e na televisão sempre passava o jornal local. Alguns detalhes era impossível não notar, como os quadros espalhados pelas paredes laranja, onde todos foram feitos pela filha do dono, quando tinha sete anos. A maioria, eram flores, outros casas e um deles, era ela e seu gato, que acabou se tornando o favorito dos clientes quando souberam que ela e o gato foram atropelados enquanto brincavam na frente da lanchonete, levando os dois a óbito. Como forma de fazer uma homenagem para a filha, os pais criaram um espaço para comer ao lado de fora, coberto por uma pequena garagem de paus de carvalho que estavam cobertos de musgos e flores, do jeito que ela gostava. A lanchonete levou seu nome: Lanchonete da Flor.

Era uma forma de matar a saudade.

Lena e ela eram amigas na escola e, desde o acidente, sempre passa para visita-lós, mas com a correria dos últimos meses, não teve tempo e estava ansiosa para contar-lhes as novidades. amanhã á noite

O caminho todo no carro a morena pensou em Kara, pensou quando iria vê-lá e cada segundo que isso permanecia em seu pensamento, a ansiedade atacava por completo seu corpo. Haviam trocado mensagens e a loira já sabia que ela estava na cidade, mas estava com muito trabalho porque seu evento seria , então deixaram para se ver só no dia seguinte, onde iriam juntas para a entrega do pulitzer.

No primeiro mês longe, às duas começaram a se conhecer, a conversar todos os dias por chamada e trocar mensagens a qualquer momento. No segundo mês, as coisas ficaram mais intensas, sentiam-se mais conectadas, contavam histórias de infância e trocavam músicas favoritas, era como se fosse o começo de alguma coisa. Lena não podia negar que estava com saudades, tanto tempo longe foi suficiente para que a morena entendesse o que estava acontecendo com ela e com seus sentimentos. Lena entendia porque sua barriga formigava toda vez que conseguia ver o rosto de Kara por chamada de vídeo, ou quando sorria de forma boba lembrando dos planos de Kara com o bebê e se imaginando junto. Ela sabia que trocar músicas, mensagens e ouvir a voz da loira todos os dias era mais do que parecia. Lena sabia, mas não sabia se teria coragem de admitir para a própria Kara, a garota que não saia dos seus pensamentos nos últimos meses.

Lena já havia entrado no quarto mês de gestação, sua barriga já estava completamente visível e quem olhava, não acreditava, não pela fama que a outra tinha. Mas a realidade era que aquela barriga era o seu xodó, as vezes passava horas conversando com ela e pensando como será sua vida futuramente. A morena só evitava pensar no contrato.

— Chegamos, otária! — Lex chamou atenção da irmã, que estava no banco de trás do carro olhando pela janela e perdida em seus pensamentos.
— Me respeita, moleque! — ela o repreendeu, de forma leve e risonha.

Desceram do carro e a morena ficou encantada com o fato de que nada naquele lugar havia mudado, até as pequenas flores estavam no mesmo local.

Maria os olhou com alegria pela janela e saiu as pressas para abraçar Lena, que a recebeu com um abraço carinhoso e apertado. Luis, seu marido também foi para fora, gostava muito de Lena, mas não era como Maria, não tinha essa conexão. Hoje ambos já estavam um pouco velhos, no auge dos seus sessenta e oito anos, com os cabelos brancos e a pele negra toda enrugada.

Barriga de aluguel | SUPERCORP Where stories live. Discover now