Cinco.

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Em um dia chuvoso com raios e relâmpagos, Kara estava voltando da aula quando, infelizmente, foi atingida por um raio. Na época, ela tinha 14 anos e teve uma parada cardíaca, por sorte foi resgatada a tempo, mas o acidente deixou traumas de tempestade e uma cicatriz em sua testa, quase imperceptível.

Agora, em pé naquela sala fria de hospital, vendo Lena sentada na maca e Carina ao seu lado, a loira sentia-se da mesma forma, com o coração parando, o sangue demorava para chegar em seu órgão e isso era outro problema com que ela tinha que lidar desde o acidente. Sentiu seu corpo todo pesar, sua mente girava e sua visão desfocava, precisou sentar em uma das poltronas para tentar se acalmar diante do que havia acabado de ouvir.

Lena não iria ficar com seu bebê.

Era irônico, chorava sempre por não conseguir realizar o seu sonho de ser mãe e agora, um desastroso acidente fez uma mulher ficar grávida com seus gene, era o seu filho ali dentro e no momento se encontrava chorando porque tinha ele, mas não poderia ficar com ele.

— Lena, você está nervosa, eu entendo, mas não pode tomar uma decisão tão grande nesse momento. Caramba, é uma criança! — Carina falava, tentando colocar juízo na morena.
— Não, Carina, é um feto! Eu nunca quis ser mãe, eu nunca quis gerar uma criança, eu não quero continuar com essa gravidez! — Lena era firme na sua decisão, fazendo as mulheres daquela sala se preocuparem. — Imagina o que a mídia vai pensar quando eu aparecer grávida?!

Kara já havia parado de chorar, estava paralisada, mil coisas passavam em sua cabeça e uma delas era; Não poderia ter a perda desse filho. A loira, com o rosto vermelho se colocou em pé, seu rosto fechado mostrava o quanto estava irritada e determinada naquele momento.

— Olha aqui sua mocreia branca. — Lena se assustou com o tom que foi usado contra ela. — Pouco me importa sua opinião, por culpa de uma má administração que busca por profissionais qualificados, ocorreu esse enorme erro. Você não pode chegar e falar que vai tirar o meu filho, porque eu não posso te-lo e sempre foi o meu sonho e não vou deixar ninguém passar por cima disso. — a medida que as palavras saiam, Kara ficava mais vermelha. — Olha, Lena Luthor, pouco me importo com você ou seu dinheiro podre! Você não é mais do que ninguém por ser rica, mas já que quer levar para o lado da mídia, eu te digo que posso processar você pela má administração desse hospital e posso falar pessoalmente com Cat Grant sobre a futura herdeira Luthor e o aborto que ela quer fazer. Você acha que isso pegaria bem? — agora, Kara a encarava com um sorriso debochado nos lábios.

A loira abriu mais ainda o sorriso quando viu o rosto da morena se fechar completamente, ela estava sem palavras e Kara gostou disso.

— Você não pode me obrigar a ter essa criança, sabia? — Lena disse, calma.

Kara estava ciente disso, apesar das ameaças, desejava dentro de si que Lena seguisse com a gravidez por vontade própria.

— Kara, Lena, sugiro que ambas vão para a casa e pensem bem, amanhã vamos ter uma reunião com a gerência do hospital e vamos discutir esse assunto, como faremos o aborto, caso seja a vontade, ou como vamos seguir com a gravidez. — Carina falava, tentando não arrumar confusão entre as mulheres.

Lena não disse nada, se levantou da maca, abriu a porta e seguiu para fora.

— Eu vou ser tio?! — Kara sorriu com a pergunta que ouviu do irmão de Lena.

Educadamente, a loira se despediu da médica e saiu da sala, indo para o estacionamento. Quando avistou seu ford mustang mach cinza, quase correu para dentro, pois sabia que sua irmã estava lá, lhe esperando.

— Caramba, que demora! — a ruiva reclamou quando a loira entrou no carro. — O que foi, Kara? — notando a cara de choro e o olhar triste da irmã, Alex se preocupou.
— Lena está grávida. — Alex abriu um sorriso. A loira já havia atualizado a irmã sobre todos os acontecimentos recentes.
— Caramba! Isso é incrível, Kara! — a ruiva estava feliz, afinal, sempre soube o sonho da irmã de ser mãe. — Incrível e meio estranho. Como vai ser isso? Ela vai gerar o seu filho? — indagou, confusa.
— Ela não vai gerar, ela não quer ter o filho. — disse chorosa.

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