Vinte e dois.

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Passaram os dias da semana corridos, Kara entrou direto em um novo projeto que estava ocupando toda a sua atenção e o seu tempo. Lena, por outro lado, se sentia completamente entediada, passava a maior parte do seu tempo fazendo maratona de séries e comendo. Lionel entrou em contato para falar que iria tomar conta da empresa até o final da gestação da morena e, assim que ela estivesse bem, poderia voltar, mas no final, Lena não sabia se queria mesmo voltar.

A morena, volta e meia reclamava do quanto seu corpo estava feio e gordo, do quanto seus pés estavam inchados e como sentia enjoo frequentemente. Em todas as vezes, Kara tentava fazer com que ela visse a parte boa de toda a situação, mas era sempre recebida com patadas seguidas de choro.

Hormônios.

De forma rápida, continuou falando com Samantha sobre seus sentimentos, sobre como eles pareciam ainda mais fortes e ignorar isso não estava ajudando. Samantha lhe tranquilizava, dizia que quando a gestação passasse, os sentimentos iriam juntos.

Será mesmo?

Lena adorava quando Kara voltava do trabalho, pois sempre trazia um pão doce para ela, que a loira comprava na panificadora ao lado do escritório. Todos os dias, Lena esperava ansiosamente a loira chegar do trabalho.

— Lena, tudo bem? — Kara perguntou, encarando a morena. Era sábado, às duas estavam arrumando as malas para ir ao jantar de noivado, em Midvale. A loira notou que a outra estava mais fechada naquela manhã.
— Só estou me sentindo feia. Eu estou horrível. — falou, se referindo ao seu corpo.

Um sorriso brincou nos lábios de Kara.

— Oras, pare com isso! Você é muito linda, você está muito linda! — ela falou sorridente, se aproximando de Lena.
— Eu estou usando G, Kara! — frustrou.

A loira se aproximou, de forma delicada, colocou sua mão no rosto branco e rosado de Lena, no momento, puxou levemente e fez seu olhos se encontrarem.

— Isso significa que Emma está bem e saudável. Você está bem e está muito linda. Não existe mulher mais bonita que você. — Lena sentiu seu rosto avermelhar e por um segundo, seus olhos encheram de lágrimas, fazendo ela empurrar a loira de leve.
— Malditos hormônios!

Kara gargalhou.

Fecharam suas malas, pegaram alguns biscoitos para comer no carro e deram partida. Midvale não era longe, mas não iriam parar para comer no caminho porque logo à noite, era o jantar com a família toda. A loira cantarolava alguma música e Lena lia um livro, as duas estavam em um silêncio confortável e por alguns minutos, Kara imaginou as duas como um casal de verdade. Ela iria fazer um carinho na coxa de Lena, lhe contaria piadas e iria falar o quanto ela é linda quando está concentrada, sua mente lhe passava vários cenários, mas se repreendia rapidamente, evitando ter alguma esperança.

— Estou nervosa. — Lena confessou.

Kara a olhou rápido, confusa.

— Com o que? — indagou, voltando sua atenção para a estrada.
— Alex me dá medo.
— Você nem conhece ela. — Kara falou, segurando a risada.
— Nem conheço e já tenho medo, ela vai me odiar.
— Alex não intimida nem uma mosca, fique tranquila, querida. — sorriu fraco.

"Querida"

Lena passou o caminho todo sorrindo com o apelido.

Chegaram em Midvale no início da tarde, a loira estacionou o carro em frente a enorme casa de sua mãe e logo saiu do veículo, acompanhada de Lena e suas malas.

Uma senhora, loira e um pouco parecida com Kara saiu da casa, correu e deu um abraço apertado na loira. Lena notou que ela parecia nova para ser mãe, estava bem cuidada e sua pele quase não havia sinal de rugas. Em seguida, uma mulher negra e ruiva também foram abraçar Kara e, naquele momento, Lena engoliu seco.

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