No caminho do elevador até o seu andar, Lena contou para as amigas todo o ocorrido na casa de Eliza. A morena se sentia exausta, com dor e com fome.— Ela falou tudo isso mesmo? Que cadela. — Andrea falou enquanto abria a porta do apartamento da amiga.
Lena entrou e foi direto para o sofá, se acomodou e deixou o corpo afundar no tecido macio e se permitiu relaxar.
Finalmente estava em casa.
Mas era estranho estar ali sozinha, passou todo o tempo na casa de Kara e na companhia da mesma que já não queria mais ficar sozinha.
— Ela ainda beijou Lucy, disse que era um beijo de despedida. — rolou os olhos. — Ela acha que eu nasci ontem. — bufou, estressada.
Samantha riu sutilmente.
— Não entendi a risadinha. — Lena encarou a amiga.
— Você está falando como se fosse namorada dela. Lena, vocês não são nada. Por que você tá querendo cobrar quem ela beija ou deixa de beijar? — a morena abriu a boca para responder, mas os argumentos e as palavras lhe fugiram da mente.
— Oras, Lucy fez mal a Kara. Por que ela a beijou?Samantha e Andrea estavam sentadas no sofá da frente e olhavam a amiga se mexer desconfortável no sofá.
— Kara é adulta e dona da própria vida. Elas tem uma história que durou anos, Lena. Infelizmente quando acontece um trauma, é mais difícil de esquecer e de se recuperar. Kara tem uma ligação com ela e sempre vai ter, você goste ou não. Mas você também não pode agir como se fosse namorada dela, porque não é. — Samantha sentiu os pelos da nuca se arrepiarem com o olhar mortal que Lena estava lhe dando. — Kara tem culpa sim, tem culpa pra caramba. Ela agiu errado e foi escrota. Mas existem dois lados, não é? Você sempre a tratou mal, a colocou pra baixo e até mesmo quis abortar a filha dela, são coisas que ficam na gente, sabe? São coisas que não passam de uma hora pra outra. Ela só errou quando não notou o quanto você está mudada, esse foi o erro dela. Mas tudo que você fez ela passar, isso também não vai ser apagado. — Lena sentiu seus olhos arderem e, logo, lágrimas começaram a rolar por seu rosto. Andrea se sentou ao seu lado, a abraçou de canto e deslizou sua mão por seu braço, na tentativa de trazer algum conforto.
— Não se preocupe, vou dar uma surra nessa loira vagabunda. — a morena sorriu fraco entre o choro.
— Não me sinto muito bem... — Lena reclamou.
— Provavelmente é a pressão. — Samantha levantou do sofá e caminhou até sua bolsa, que estava na bancada, e pegou um pequeno remédio amarelo, levando para Lena tomar. — Eu tenho uma amiga, ela é enfermeira, vou falar pra ela ficar aqui com você.
— Eu não preciso de babá. — resmungou.
— Você não pode ficar sozinha, você sabe disso. — a morena rolou os olhos, concordando com a cabeça.— Como você tá se sentindo em relação a Kara? — Andrea indagou.
Lena ainda estava apoiada com a cabeça em seu ombro, encarando o chão.
— Triste, com o coração partido. — suspirou, querendo chorar novamente. — Eu gosto dela, eu estou apaixonada por ela. Mas eu não quero alguém que jogue meus erros na minha cara. — fungou.
— Oh, meu amor — a latina levou sua mão até o cabelo da outra e começou um carinho. — Sentimentos são difíceis mesmo, machucam demais.
— Por isso eu não quero mais vê-lá. Eu a quero longe de mim.
— Você tem certeza?
— Tenho. — se ajeitou, sentando corretamente no sofá. — O quanto mais longe, melhor. Agora eu vou deitar.Lena se despediu rapidamente das amigas e foi para seu quarto, arrumou a cama e se ajeitou para tomar um banho. Enquanto deixava a água do chuveiro cair em seu corpo e em seu cabelo, a morena chorava, chorava porque estava com raiva, triste, como se tudo estivesse dando errado e ela nunca pudesse ser feliz. Era um fato, estava sim apaixonada por Kara, mas não sabia como lidar com isso no momento, apenas a queria longe para se organizar emocionalmente. A morena terminou seu banho, de forma rápida, secou o seu cabelo e vestiu uma camiseta grande com uma calcinha, se deitando em seguida. Os seus olhos encararam o teto, que estava iluminado com a luz que vinha do abajur, sua mão deslizou por sua barriga, de forma carinhosa.
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Barriga de aluguel | SUPERCORP
FanfictionKara Danvers não podia ter filhos. Em uma nova e falha tentativa de inseminação, os médicos acabam se confundindo e, por engano, acabam inseminando Lena Luthor, uma mulher que vivia sua vida na farra e nunca pensou em ser mãe.