Vinte e sete.

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Kara suava e temia que Lena pudesse ver os pingos em seu rosto. As duas estavam no carro, Kara havia ido buscar a morena e de imediato ficou preocupada com o semblante triste da outra. A loira tentou melhorar o clima colocando Bruno Mars, mas Lena não parava de encarar a janela e a estrada escura.

— Você quer conversar sobre os comentários nos jornais sobre você?

Lena virou a cabeça e encarou a outra.

— O que me incomoda é ela falar sobre você. — suspirou.
— Lena, eu não me importo com isso, não me afetou. — tentou tranquilizar.
— Independente, foi baixo. Eu á odeio. Você acha que sou uma pessoa ruim por falar isso da minha própria mãe?
— Eu acho que você sofreu demais com os abusos psicológicos dela, Lena. E eu estou feliz por finalmente te ver livre.

A morena deu um pequeno sorriso.

— Estou livre, mas desempregada. Ela vai bloquear todas as minhas contas e a única coisa que eu tenho, é o meu apartamento.
— Que ainda sim é mais do que qualquer um tem. — Kara brincou. — Fica tranquila que por hora, não vai precisar se preocupar com isso, eu vou arcar com tudo. Eu tenho certeza que você vai achar um emprego e até um hobbie novo, quem sabe.

Lena colocou sua mão na perna da outra e fez um leve carinho, um gesto de agradecimento pela companhia e palavras.

— Como foi lá com Lois? — indagou.

Kara engoliu seco.

— Podemos falar sobre isso mais tarde? — não queria esconder nada de Lena, mas não era o momento para contar.

As duas continuaram o caminho em silêncio e quando chegaram no destino final, a morena abriu um sorriso largo e praticamente pulou para fora do carro.

Kara foi atrás, ela também carregava um sorriso no rosto. Era sempre incrível ver como Lena e Maria tinham uma conexão.

Era incrível como Lena adorava aquela lanchonete.

— Saudades, pequena! — Maria falava enquanto retribuía o abraço caloroso de Lena.
— Muita saudades! — respondeu.
— Como está minha criança? — Maria indagou, cessando o abraço.
— Está bem, crescendo saudável!!
— Isso me deixa feliz demais!

Maria e Kara trocaram um olhar confidente, a mulher mais velha a abraçou também e as levou até a mesa no final da lanchonete.

— Eu sinto muito por sua mãe, Lena. Na verdade,  para ser sincera, eu nunca gostei dela. — Lena riu.
— Ta tudo bem, Maria. Eu lido com Lillian Luthor. 

A mais velha deu um sorriso carinhoso e deixou o cardápio, indo atender outro cliente.

— Se eu soubesse que você me traria aqui, eu não tinha ficado triste no carro.
— Mas foi uma surpresa boa. Esse lugar te faz bem.

Com um sorriso nos lábios, Lena olhou atentamente o cardápio e logo o jogou na mesa, com um semblante confiante.

— Vou querer um misto quente e um milkshake de morango! — quase gritou.

Kara abaixou o cardápio e olhou para ela com uma cara de "É sério isso?"

— Não sei porque você olha o cardápio se sempre pede a mesma coisa. — rolou os olhos.
— Oras, por que eu mudaria agora nessa altura do campeonato?
— Talvez queira comer alguma coisa diferente. — a loira deu de ombros.
— O que eu quero comer de diferente, felizmente não está no cardápio, porque se seu nome estivesse aqui, nós teríamos uma conversa séria em casa, Kara. — seu semblante era sério.

Kara a olhou por alguns segundos com o rosto completamente vermelho e logo em seguida explodiu em uma gargalhada.

— Você é ridícula, cara!

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