Barriga de aluguel | SUPERCORP

Seis.

No fim da noite, com o apartamento todo escuro, Lena seguiu descalço e em passos lentos até o seu quarto. Quando chegou, foi direto para a sua enorme cama e deixou seu corpo cair nos lençóis  egípcios de 1000 fios, o ar condicionado estava ligado, deixando o cômodo um pouco mais gelado, fazendo com que a morena se cobrisse com o edredom e permitindo que seu corpo relaxasse.

Lena, deitada de barriga para cima encarava seu reflexo no espelho redondo que havia em seu teto, sua pele pálida e seu pijama cinza eram  as únicas coisas que traziam uma normalidade, porque todo o resto mudou com a gravidez.

Gravidez... Estava grávida!

Suspirou pesado.

Parecia que era um pesadelo, parecia que nada disso era real, ainda achava que iria acordar e ver que tudo não passou de um sonho, mas quanto mais passavam os dias, mais real parecia. Nunca havia pensando em ser mãe, nunca quis ser responsável por alguém sem ser ela mesma e também nunca teve um bom exemplo de como ser mãe. Lillian era uma boa mãe, mas era distante, tratava os filhos como se fossem objetos que ela criava para serem bem sucedidos e elevar o nome da família, nunca perguntou o que cada um queria, se perguntasse, iria saber que Lex sempre quis ser jogador de futebol, não empresário.

Tinha uma vida inteira pela frente e, naquele momento, ter um filho iria atrapalhar tudo, seus casos, sua imagem mudaria, sua família, tudo estava a ponto de mudar e Lena tinha muito medo de mudanças.

Naquele quarto frio e quase escuro, sendo iluminado apenas por um abajur ao lado da cama, Lena pensava no seu futuro, nas mudanças em seu corpo e magicamente surgiu um sorriso bobo em seus lábios quando sua mente puxou uma memória da pequena Lena, de 7 anos, onde ela sonhava em achar um marido perfeito para ter uma casa, um carro e três filhos, era o sonho de toda garota. Era estranho como tinha se tornado essa pessoa fria e que detestava crianças.

— E agora, o que eu faço com você? — Lena acariciava sua barriga. — É estranho pensar que tem alguma coisa dentro de mim, sabe? Eu nunca quis ser mãe, nunca pensei nisso, minha vida é a farra... — Lena ainda se encarava no enorme espelho. — Meu deus! Eu estou falando com um feto, você sequer me ouve.

Lena balançou a cabeça na tentativa de afastar qualquer pensamento sobre aquele bebê, colocou young sheldon na televisão e fechou os olhos para dormir, não conseguia dormir sem um áudio no fundo, era uma mania.

No dia seguinte, já se passavam das 7h da manhã quando Kara entrou com sua amiga e advogada, Harley Quinn no enorme prédio da LCorp. Na recepção falou que tinha hora com Lena Luthor e foi acompanhada até o elevador preferencial.

— Não acredito que você vai ter um filho com a gostosona da Luthor. — Harley falou, animada.

Kara revirou os olhos.

— Primeiro que o filho vai ser apenas meu, segundo que ela não é gostosona. — Kara falou, fazendo a outra loira a olhar com a boca aberta.
— Não acha ela gostosa? Se mate.
— Ela é bonita. — Kara sorriu. — Mas não passa disso. Acho que todo o egocentrismo dela, a arrogância e a grosseira torna ela menos atraente.
— Você só gosta de feias, não tem lugar de fala. — Kara revirou os olhos. — Se você não ficar com ela, eu posso ficar? — Harley estava animada com a ideia.

Quando a loira iria responder, a porta do elevador abriu e as duas mulheres deram de cara com a enorme porta que dava acesso ao escritório da empresária.

— Kara Danvers? — à secretaria indagou, recebendo um aceno positivo da loira. — Srta. Luthor está te esperando. — sorriu docemente.

Quando Kara recebeu uma ligação na noite anterior pedindo um encontro na LCorp, desconfiou no mesmo instante e, já sabendo como Lena era, chamou sua amiga Harley para acompanha-lá. Harley estava à frente de tudo que estava acontecendo, era considerada uma das melhor advogadas de National City porque sempre estava prevendo situações, deixando contratos sempre prontos e dessa vez não seria diferente, estava com um contrato pronto na bolsa, que fez logo quando terminou de estudar o assunto.