Dez.

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Os olhos abertos e arregalados da loira mostravam o quanto estava nervosa e com medo, já havia ouvido boatos de Lillian Luthor e sabia que a matriarca não era uma mulher fácil de lidar. Sem querer, seu corpo começou com um leve tremor e se xingou mentalmente por isso, por ser fraca.

— Só não seja você, beleza? — Lena disse de uma forma como se tivesse dado o melhor conselho do mundo.

A morena, toda sorridente, abriu o computador que conectou direto na chamada de vídeo com a mãe. A empresária mais velha estava sentada em sua enorme poltrona de couro e em sua mão havia uma pequena xícara de chá, seu olhar era sério e julgador.

— A que devo a honra, Lillian? — Lena perguntou, com um tom de deboche.
— Lex me falou que você tem andado muito no hospital ultimamente e Jess me comunicou que você vai deixar de frequentar a LCorp. — um suspiro decepcionante foi ouvido. — Lena, não importa o que faça, não vou te colocar no testamento novamente. Sinceramente, abandonar a empresa? Eu nunca achei que você iria tão baixo. — Kara notou a morena se mexer desconfortavelmente no sofá.
— Olha, mãe, estou passando por um momento complicado e vou parar de me desgastar tanto, vou trabalhar de casa, mas ainda irei continuar comparecendo em reuniões. — Lena explicou calmamente. A morena olhou para a loira ao seu lado, com um olhar de desespero, mas Kara mostrou os polegares, dizendo que ela estava indo bem.
— Pra quem você está olhando? — a voz séria da matriarca fez Kara se arrepiar.

Lena respirou fundo e virou o notebook para a loira, que tentava a todo custo ignorar suas mãos suando e seu coração completamente amedrontado.

— Olá, Sra. Luthor. — Kara cumprimento, com um lindo sorriso branco e com as bochechas vermelhas.
— Mãe, essa é Kara, minha namorada. Kara, essa é Lillian, minha mãe. — Lena apresentou as duas.
— É um prazer finalmente conhece-lá! Eu tenho uma admiração imensa pelo seu trabalho. — era mentira, Kara mal sabia com o que a mais velha trabalhava.
— Você é a namorada da Lena? — Lillian arqueou a sobrancelha. — É bonitinha. — o sorriso no rosto da loira sumiu. — Você faz o que da vida? — Kara olhou para Lena, buscando respostas. Com um olhar, a loira entendeu que tudo dependia dela.
— Eu sou decoradora de eventos. — respondeu rápido.
— E por que está com Lena? Não sabe a fama dela? — seu tom de voz permanecia a todo tempo sério e julgador.

Lena estava desconfortável e Kara notou isso, assim como notou que a morena não parecia ter uma boa relação com a mãe, mas mesmo assim  fazia de tudo para agrada-la e ter sua admiração. Lillian queria uma filha perfeita, e essa filha não era Lena. Kara se sentiu mal com aquela situação, sentia que estava no meio de algo, e estranhamente sentia que tinha que proteger Lena.

— Por que estou com sua filha? — Kara repetiu a pergunta depois de algum tempo em silêncio. — Sua filha é o ser mais adorável que eu conheci, faz de tudo por mim e pelo meu bem estar. Eu tenho total ciência da fama dela, mas isso é coisa do passado e desde que estamos nos envolvendo, eu sou o presente e o futuro da sua filha. — todo o nervosismo da loira havia sumido e sua confiança tomou o controle. — Sua filha é incrível, não é mesmo, minha gatinha? — Kara virou o rosto sorrindo para a outra, sua mão foi até a bochecha de Lena e apertou, fazendo sua boca fazer um bico, logo deixou um selinho rápido ali.

Lillian olhou tudo em silêncio, Lena parecia chocada e Kara estava satisfeita.

— Que bom. — foi tudo que a matriarca se limitou a dizer. — Lena, já tentou marcar novamente uma reunião com o financiador de Amsterdam? — a morena abriu a boca para falar algo, mas nada saiu. — Arrume isso, a merda foi sua! — um bip encerrou a chamada.

As duas mulheres ficaram em completo silêncio encarando a tela preta do notebook, estavam tentando entender tudo que havia acabado de acontecer.

— Caramba, nós mandamos bem! — Kara falou orgulhosa. — Se você falar que eu fui péssima, você está mentindo! — se gabou. — Só pra constar, fiz aulas de teatros quando tinha 6 anos, ok?
— Não sabia que precisava de aulas de teatro pra ser palhaça. — Lena alfinetou, se levantando do sofá.
— Qual é, até você acreditou que estávamos namorando, gatinha. — Kara riu do apelido que usou.
— Gatinha? Fala sério! — Lena bufou com o apelido.

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