(Alicia)
Chego ao restaurante e de longe e imediato vejo o senhor Fernando Forttineli.
Não acredito que eu sou filha dele, não é como se eu o odiasse, mas eu não sinto nada quando o vejo, para mim meu pai sempre será Otávio Drummond.
Ao me aproximar da mesa percebo que seus olhos fixam em mim com muito entusiasmo. Consigo perceber o quão feliz ele está mesmo se controlando para não demostrar.
-Oi senhor Fernando._ estendo minha mão.
-Oi Alicia! Tudo bem?_ Seu sorriso se torna muito feliz ao tocar minha mão.
-Estou bem bem, e o senhor?
-Isso é bom._ Seu sorriso é gentil._ Eu estou bem, muito bem.
-Hum...
-Vamos nos sentar._ Ele vem até minha cadeira a puxando e por alguns segundos lembro do meu pai fazendo o mesmo.
-Obrigada._ Sento-me a cadeira percebendo ele fazer o mesmo.
Ele e eu ficamos em silêncio pois nenhum sabia o que falar, que estranho né? 17 anos e não temos nada para conversar.
-Você se parece muito com Olivia.
-Muitos já me disseram isso, mas meu pai insiste em dizer que minha personalidade é toda sua.
-Isso é ruim?
-Não, gosto da minha personalidade, me sinto diferente das demais meninas da máfia.
-É claro que é diferente. Otávio me contou que sabe muito bem como se defender sozinha. Que usa armas e controlar facas muito bem.
-Papai exagera as vezes.
-Prefiro acreditar que ele esteja certo._ E mais um sorriso se faz presente.
-Você sorrir tão facilmente, soube que era tão sério ao ponto de ser temido sem ao menos falar.
-Isso também é estranho para mim, já fazem 17 anos que não sei o que era sorrir, mas tê-la aqui é motivo para que meu sorriso surja a cada instante.
-Minha presença o deixa feliz?
-Sim, não sabe o quanto seus olhos são tão felizes _ Algo errado?_ Ele me pergunta quando lhe observo em silêncio.
-Não._ Como esse homem pode ser um estranho para mim se é meu pai biológico?
-Eu lhe trouxe um presente. Espero que goste._ Uma caixinha de joia é posta a mesa.
Não abro ou faço menção de toca-la .
-Não me entenda mal senhor Fernando, mas não é com jóias ou presentes que ira me fazer querer ama-lo como pai.
-Sinto que está tentando fazer seu melhor, mas só estou aqui por causa do meu pai.
-Eu não queria me aproximar, não preciso de um outro pai quando tenho Otávio, mas vim aqui por que ele pediu._ Seu olhar se retém com minhas palavras e o brilho que o fazia feliz se torna vazio.
-Eu entendo._ O mesmo força um sorriso tímido estendendo sua mão para pegar a caixinha de joia.
-Eu não o odeio pelo passado senhor Fernando, mas eu não quero ninguém ocupado o lugar do meu pai quando ele se for.
-Eu acho que me entendeu errado.
-Creio que não.
-Não quero ocupar o lugar de pai do Otávio, sei que isso nunca conseguirei e nem quero.
-Eu só queria poder me aproximar da minha filha, a qual eu não sabia da existência até dias atrás.
-Sei que não serei o melhor, mas queria poder tentar ganhar sua confiança, quero que conte comigo quando precisar, quero ser seu porto seguro.
-Esta falando isso porque sabe que meu pai morrerá? Saiba que sou muito forte apesar de pouca idade, e também agora tenho minha mãe.
-Sei que é forte, mas se até às montanhas se redem ao vento, as pessoas mais fortes também precisam de ajuda.
-Mas eu nunca precisarei, eu afirmo.
Ele tem um breve sorriso e um olhar satisfeito.
-Fico feliz por saber que é tão forte. Otávio fez um grande trabalho ao criar você.
-Ele fez o seu melhor quando ninguém mais faria por mim.
-Eu sei Alícia, eu sei disso._ Suas mãos mexem na caixinha ao olhar para o horizonte como se pensasse em algo e logo tem em seus lábios um leve sorriso.
-Obrigada por vim, conversar com você foi muito bom. Mas vi que não me quer por perto e por mais que isso doa, eu irei respeitar.
Ele fica de pé e logo observa Gustavo ao longe me observando.
-Ele é um bom rapaz, parece ama-la muito só pela forma que a observa._ O observo no silêncio._ Fale a seu pai sobre vocês antes que posso ser tarde, garanto que ele ficará muito feliz.
Mas um vez ele olha para Gustavo e depois para mim quando fico de pé.
-Espero que seja muito feliz minha filha, saiba que quando estiver feliz eu também estarei, e no dia que precisar de ajuda eu estarei lá.
-Eu serei feliz, obrigada._ Seus olhos cansados me observam em silêncio como se quisesse gritar por algo.
-Sei que não é obrigada, mas poderia me dar um abraço?
É só um abraço Alicia, o que custa abraçar senhor Fernando, não é como se eu fosse ama-lo por isso.
Me aproximo para abraça-lo e ao sentir seu abraço consigo perceber o quanto isso lhe deixou feliz.
-Obrigada, obrigada Alicia._Sua voz se torna embargada ao falar.
Felicidade, alegria e euforia é sentindo por Fernanda ao me abraçar com um grande sorriso.
Ao afastar sinto ele deixar um beijo em minha testa, me deixando surpresa por tal ato.
-Adeus filha._ Seu olhar trás consigo a dor e a tristeza ao me olhar lacrimejando.
Antes de se afastar sinto algo pesar em minha mão, e quando abro a caixinha de jóias vejo que há dentro uma flor de lírios em um delicado pingente.
-"A passagem do tempo não foi generosa conosco , mas espero que um dia você me permita ter a chance de recomeçar"_A frase no pingente me deixa com uma sensação diferente.
-A flor da renovação._ Toco o lindo colar que não é exagerado e sim muito delicado.
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O senhor Forttineli (MÁFIA)
ActionComo eu vou ser feliz com um demônio disfarçado de homem? Me chamo Olívia mallet ,e quero que conheça minha história ao descobrir como foi terrível enfrentar um dos piores mafiosos sanguinário do mundo. -Senhor Forttineli me dê uma chance de me des...