26.O Casamento

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DIAS DEPOIS...

Naquela manhã ensolarada e encantadora, os raios dourados do sol atravessavam as cortinas, inundando o ambiente com uma luz suave e convidativa. Charles desfrutava de um momento de tranquilidade à mesa de mogno polido, enquanto seus olhos percorriam as páginas do jornal matinal. O aroma do café recém-coado pairava no ar, complementando a atmosfera serena da casa de veraneio.

Enquanto isso, os funcionários se moviam com diligência e organização no espaço ao lado, preparando os últimos detalhes para o casamento programado para aquela noite quente de verão. O som suave de vozes e o arrastar de móveis preenchiam o ar, criando uma sensação de antecipação e expectativa.

George aproximou-se lentamente da mesa onde seu irmão estava sentado, com passos hesitantes. Seu cabelo loiro parecia um tanto desalinhado, sugerindo distração e inquietação. O sol lançava reflexos dourados em sua pele, destacando sua expressão preocupada enquanto se aproximava de Charles.

Enquanto Charles mantinha seus olhos azuis fixos nas notícias do jornal, quebrou o silêncio com um tom irônico, ecoando pelas paredes tranquilas da casa de campo e criando um lampejo de humor na atmosfera carregada de tensão entre os dois irmãos.

— Vejo que você caiu da cama novamente? — perguntou, sem desviar o olhar.

George puxou a cadeira e sentou-se, respondendo prontamente:

— Devo considerar isso uma piada?

Antes que pudesse terminar sua fala, silenciou ao captar o olhar analítico de Charles. Um calafrio percorreu sua espinha, mas logo forjou um sorriso e prosseguiu:

— Toda essa organização está demorando, não é mesmo? Os americanos sempre deixam tudo para os últimos minutos.

Charles moveu a cabeça lentamente, ponderando cada palavra antes de responder, seu olhar sério refletindo a profundidade de seus pensamentos:

— Acostume-se, meu caro irmão. Nem todos são tão pontuais como gostaríamos. Aproveite seu café antes que esfrie.

George suspirou, concordando com um gesto sutil, estendendo a mão direita para segurar a alça da xícara de porcelana chinesa. Com cuidado, despejou o café da garrafa térmica na xícara.

— Não está tão quente como ontem, não acha? — comentou, sua expressão preocupada evidente.

Charles abaixou o jornal, dedicando um momento para observar seu irmão antes de voltar sua atenção para a matéria. George deu um gole no café, sua inquietação transparecendo na maneira como segurava a xícara.

Com um olhar sério, George quebrou o silêncio:

— Charles, tudo bem para essa noite? Quero dizer... você está confortável em continuar sendo meu padrinho, mesmo após tudo o que aconteceu?

Ao abaixar novamente o jornal, Charles fitou seu irmão nos olhos, transmitindo uma mistura de compreensão e apoio. Era evidente que, como irmãos, eles se apoiavam mutuamente, e era esse o dever de Charles como irmão mais velho.

— Lembre-se do lema dos Bradbury: 'Nunca abandonar o outro'. Eu não vou fugir, fique tranquilo — assegurou Charles com serenidade.

George soltou uma risada nervosa, revelando sua apreensão diante dos acontecimentos iminentes. Sua vida estava prestes a sofrer uma grande mudança, pois em poucas horas ele se casaria com Anna Collins, a pessoa que considerava perfeita para si.

— Não sabe o quanto isso me alivia, saber que você estará lá — expressou George, gratidão refletindo em seus olhos.

No entanto, o som do celular interrompeu sua fala, interrompendo o momento de reflexão. George rapidamente pegou o aparelho do bolso do short e percebeu que era um lembrete urgente:

Amor  Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora