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DIAS DEPOIS...
Naquela manhã ensolarada e encantadora, os raios dourados do sol atravessavam as cortinas, inundando o ambiente com uma luz suave e convidativa. Charles desfrutava de um momento de tranquilidade à mesa de mogno polido, enquanto seus olhos percorriam as páginas do jornal matinal. O aroma do café recém-coado pairava no ar, complementando a atmosfera serena da casa de veraneio.
Enquanto isso, os funcionários se moviam com diligência e organização no espaço ao lado, preparando os últimos detalhes para o casamento programado para aquela noite quente de verão. O som suave de vozes e o arrastar de móveis preenchiam o ar, criando uma sensação de antecipação e expectativa.
George aproximou-se lentamente da mesa onde seu irmão estava sentado, com passos hesitantes. Seu cabelo loiro parecia um tanto desalinhado, sugerindo distração e inquietação. O sol lançava reflexos dourados em sua pele, destacando sua expressão preocupada enquanto se aproximava de Charles.
Enquanto Charles mantinha seus olhos azuis fixos nas notícias do jornal, quebrou o silêncio com um tom irônico, ecoando pelas paredes tranquilas da casa de campo e criando um lampejo de humor na atmosfera carregada de tensão entre os dois irmãos.
— Vejo que você caiu da cama novamente? — perguntou, sem desviar o olhar.
George puxou a cadeira e sentou-se, respondendo prontamente:
— Devo considerar isso uma piada?
Antes que pudesse terminar sua fala, silenciou ao captar o olhar analítico de Charles. Um calafrio percorreu sua espinha, mas logo forjou um sorriso e prosseguiu:
— Toda essa organização está demorando, não é mesmo? Os americanos sempre deixam tudo para os últimos minutos.
Charles moveu a cabeça lentamente, ponderando cada palavra antes de responder, seu olhar sério refletindo a profundidade de seus pensamentos:
— Acostume-se, meu caro irmão. Nem todos são tão pontuais como gostaríamos. Aproveite seu café antes que esfrie.
George suspirou, concordando com um gesto sutil, estendendo a mão direita para segurar a alça da xícara de porcelana chinesa. Com cuidado, despejou o café da garrafa térmica na xícara.
— Não está tão quente como ontem, não acha? — comentou, sua expressão preocupada evidente.
Charles abaixou o jornal, dedicando um momento para observar seu irmão antes de voltar sua atenção para a matéria. George deu um gole no café, sua inquietação transparecendo na maneira como segurava a xícara.
Com um olhar sério, George quebrou o silêncio:
— Charles, tudo bem para essa noite? Quero dizer... você está confortável em continuar sendo meu padrinho, mesmo após tudo o que aconteceu?
Ao abaixar novamente o jornal, Charles fitou seu irmão nos olhos, transmitindo uma mistura de compreensão e apoio. Era evidente que, como irmãos, eles se apoiavam mutuamente, e era esse o dever de Charles como irmão mais velho.
— Lembre-se do lema dos Bradbury: 'Nunca abandonar o outro'. Eu não vou fugir, fique tranquilo — assegurou Charles com serenidade.
George soltou uma risada nervosa, revelando sua apreensão diante dos acontecimentos iminentes. Sua vida estava prestes a sofrer uma grande mudança, pois em poucas horas ele se casaria com Anna Collins, a pessoa que considerava perfeita para si.
— Não sabe o quanto isso me alivia, saber que você estará lá — expressou George, gratidão refletindo em seus olhos.
No entanto, o som do celular interrompeu sua fala, interrompendo o momento de reflexão. George rapidamente pegou o aparelho do bolso do short e percebeu que era um lembrete urgente:
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Amor Por Acaso
RomanceA mudança de Boston para Nova York havia sido sua tentativa de escapar do passado, de deixar para trás as lembranças dolorosas que insistiam em assombrar seus dias. No entanto, a vida tinha uma maneira irônica de tecer caminhos inesperados. O convit...