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O relógio marcava seis e meia da manhã de sábado, enquanto os primeiros raios de luz da aurora infiltravam-se pela janela, tingindo o ambiente com tons dourados e rosados, anunciando o início de um novo dia. Um sorriso fugaz iluminou o rosto de Evelyn, revelando sua empolgação pelo que estava por vir, enquanto a luz acariciava a mobília luxuosa.
Ela virou-se para Charles, que a seguia em silêncio, e girou a maçaneta com cuidado, evitando qualquer ruído que pudesse perturbar os outros moradores.
O clique suave da porta sendo aberta ecoou pelo corredor, contrastando com a serenidade da manhã. O ar fresco da madrugada invadiu o hall, trazendo consigo o perfume das flores do jardim e o suave murmúrio dos pássaros.
— Vou subir para tomar um banho. Quer me acompanhar? — convidou, mal conseguindo conter o riso.
— Acho que devo declinar dessa oferta tentadora, embora esteja tentado a aceitar — respondeu Charles, devolvendo-lhe um sorriso discreto.
Evelyn assentiu, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. Ela lançou um olhar furtivo sobre o ombro para garantir que estavam sozinhos e, em seguida, piscou provocativamente para Charles, aguçando sua curiosidade sobre o que estava por vir. Sem hesitar, Evelyn subiu os largos degraus com agilidade, exibindo sua destreza e confiança.
Enquanto ela desaparecia de vista, Charles permaneceu imóvel, contemplando-a com admiração. A energia entre eles era tangível, e ele ansiava pelo próximo encontro. Contudo, seus devaneios foram abruptamente interrompidos por uma voz familiar que ecoou pelo corredor.
Ao se virar, Charles avistou Michael Bolton de pé próximo à porta. O sorriso maldoso em seu rosto deixou claro que ele estivera observando a cena anteriormente, escondido nas sombras.
— Pelo visto, você teve uma boa noite — disse Michael, com um tom sarcástico na voz.
Charles sentiu um misto de raiva e desconforto ao encarar o homem à sua frente. Ele sabia que Michael estava sempre à espreita, pronto para causar problemas. Charles decidiu não dar muita atenção a Michael naquele momento. O sorriso desapareceu do rosto de Charles, que rapidamente ajeitou sua camisa e o encarou.
— Acredito que não seja de sua conta o que faço — respondeu asperamente, embora com educação. — Agora, se me permite, tenho que me preparar para o café da manhã.
Ele ficou intrigado com as palavras irônicas e provocativas de Michael. Sua voz soou ácida, mas ao tentar se explicar, afirmou que não tinha a intenção de ofender. No entanto, não deixou de mencionar que Evelyn é uma mulher incrível na cama, mas que é preciso ter cuidado, pois ela não é uma santa e gosta de usar as pessoas em seu próprio benefício.
As palavras de Michael deixaram Charles pensativo, e ele estava prestes a responder quando, inesperadamente, Michael se virou e desapareceu.
Charles suspirou profundamente, tentando assimilar todas as informações ditas. Era óbvio que Michael estava apenas tentando provocá-lo com o que disse sobre Evelyn.
Trinta minutos depois, todos estavam reunidos para o café da manhã. Evelyn estava deslumbrante em seu vestido floral rodado, conversando animadamente com sua irmã. Charles observou-a atentamente, tentando encontrar algum sinal de manipulação em seu comportamento. Mas tudo o que ele via era uma mulher radiante, cheia de vida e felicidade.
Charles permaneceu em silêncio, enquanto observava o sorriso encantador nos lábios de Evelyn. A expressão dela o hipnotizava, fazendo com que ele se perdesse em seus pensamentos. No entanto, George, seu irmão, interrompeu aquele momento ao segurar seu ombro, quebrando o transe.
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Amor Por Acaso
RomantizmA mudança de Boston para Nova York havia sido sua tentativa de escapar do passado, de deixar para trás as lembranças dolorosas que insistiam em assombrar seus dias. No entanto, a vida tinha uma maneira irônica de tecer caminhos inesperados. O convit...