23. A Confusão

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O relógio marcava seis e meia da manhã de sábado, enquanto os primeiros raios de luz da aurora infiltravam-se pela janela, tingindo o ambiente com tons dourados e rosados, anunciando o início de um novo dia. Um sorriso fugaz iluminou o rosto de Evelyn, revelando sua empolgação pelo que estava por vir, enquanto a luz acariciava a mobília luxuosa.

Ela virou-se para Charles, que a seguia em silêncio, e girou a maçaneta com cuidado, evitando qualquer ruído que pudesse perturbar os outros moradores.

O clique suave da porta sendo aberta ecoou pelo corredor, contrastando com a serenidade da manhã. O ar fresco da madrugada invadiu o hall, trazendo consigo o perfume das flores do jardim e o suave murmúrio dos pássaros.

— Vou subir para tomar um banho. Quer me acompanhar? — convidou, mal conseguindo conter o riso.

— Acho que devo declinar dessa oferta tentadora, embora esteja tentado a aceitar — respondeu Charles, devolvendo-lhe um sorriso discreto.

Evelyn assentiu, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. Ela lançou um olhar furtivo sobre o ombro para garantir que estavam sozinhos e, em seguida, piscou provocativamente para Charles, aguçando sua curiosidade sobre o que estava por vir. Sem hesitar, Evelyn subiu os largos degraus com agilidade, exibindo sua destreza e confiança.

Enquanto ela desaparecia de vista, Charles permaneceu imóvel, contemplando-a com admiração. A energia entre eles era tangível, e ele ansiava pelo próximo encontro. Contudo, seus devaneios foram abruptamente interrompidos por uma voz familiar que ecoou pelo corredor.

Ao se virar, Charles avistou Michael Bolton de pé próximo à porta. O sorriso maldoso em seu rosto deixou claro que ele estivera observando a cena anteriormente, escondido nas sombras.

— Pelo visto, você teve uma boa noite — disse Michael, com um tom sarcástico na voz.

Charles sentiu um misto de raiva e desconforto ao encarar o homem à sua frente. Ele sabia que Michael estava sempre à espreita, pronto para causar problemas. Charles decidiu não dar muita atenção a Michael naquele momento. O sorriso desapareceu do rosto de Charles, que rapidamente ajeitou sua camisa e o encarou.

— Acredito que não seja de sua conta o que faço — respondeu asperamente, embora com educação. — Agora, se me permite, tenho que me preparar para o café da manhã.

Ele ficou intrigado com as palavras irônicas e provocativas de Michael. Sua voz soou ácida, mas ao tentar se explicar, afirmou que não tinha a intenção de ofender. No entanto, não deixou de mencionar que Evelyn é uma mulher incrível na cama, mas que é preciso ter cuidado, pois ela não é uma santa e gosta de usar as pessoas em seu próprio benefício.

As palavras de Michael deixaram Charles pensativo, e ele estava prestes a responder quando, inesperadamente, Michael se virou e desapareceu.

Charles suspirou profundamente, tentando assimilar todas as informações ditas. Era óbvio que Michael estava apenas tentando provocá-lo com o que disse sobre Evelyn.

Trinta minutos depois, todos estavam reunidos para o café da manhã. Evelyn estava deslumbrante em seu vestido floral rodado, conversando animadamente com sua irmã. Charles observou-a atentamente, tentando encontrar algum sinal de manipulação em seu comportamento. Mas tudo o que ele via era uma mulher radiante, cheia de vida e felicidade.

Charles permaneceu em silêncio, enquanto observava o sorriso encantador nos lábios de Evelyn. A expressão dela o hipnotizava, fazendo com que ele se perdesse em seus pensamentos. No entanto, George, seu irmão, interrompeu aquele momento ao segurar seu ombro, quebrando o transe.

Amor  Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora