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Em total silêncio, os olhos de Evelyn deslizavam lentamente sobre a paisagem deslumbrante que se estendia diante da estrada. Seus pés repousavam despreocupadamente sobre o estofado do banco do passageiro. Enquanto isso, Anna e George decidiram acompanhar outros dois convidados em um segundo Jeep, deixando o motorista experiente com Charles e sua irmã.
Durante toda a jornada, a quietude de Charles era desconcertante, deixando sua companheira de viagem cada vez mais agoniada. A estrada serpenteante os levava cada vez mais longe da agitação da cidade e mais perto do destino desconhecido. A respiração de Evelyn tornava-se mais pesada a cada minuto, enquanto ela tentava quebrar o gelo entre eles.
Charles, por sua vez, mantinha-se imperturbável, perdido em seus próprios pensamentos, com os olhos fixos no horizonte. O som suave do vento que soprava pelas janelas abertas era o único ruído dentro do veículo.
A cada curva e colina, a paisagem em constante mudança servia como um lembrete silencioso do movimento do tempo e da natureza. No entanto, dentro do carro, o tempo parecia ter desacelerado, suspenso entre o passado e o futuro.
― Santo Deus! Fale algo, esse silêncio está me matando — queixou-se ela, fazendo uma bola de chiclete.
Charles a encarou rapidamente com indiferença.
― Seja sincero, eu sei que essa ideia de ir até a casa de praia para uma festa não é bem o seu estilo, mas diga algo, ou proteste, sei lá. Qualquer coisa.
Sem dizer uma palavra, Charles apenas moveu a cabeça e permaneceu em silêncio. Não era do feitio dele frequentar boates, especialmente as americanas. Ele preferia algo mais reservado.
Evelyn virou-se com espanto no rosto. Ela não disse mais nada, pois sabia que não teria resposta, e já estava cansada de tentar ser gentil.
― Creio que esse tipo de diversão não seja conveniente para mim — a voz rouca de Charles quebrou o silêncio.
Evelyn arqueou a sobrancelha e virou-se para observá-lo, ajeitando-se no assento. Por alguns minutos, o silêncio reinou dentro do veículo, enquanto o motorista seguia as instruções do GPS no painel do Captiva. Já podiam sentir as leves brisas da maresia.
O motorista fez uma conversão acentuada para a esquerda, adentrando uma área privada com casas de luxo. Assim que parou na portaria, ela abaixou o vidro e sorriu cativante para o porteiro, que abriu o portão sem hesitar.
― Seja bem-vinda, Srta. Collins — saudou ele.
Ela agradeceu com um gesto de cabeça e levantou o vidro. Byron estacionou em frente a uma imensa mansão creme, com um jardim bem cuidado e iluminado.
Assim que Evelyn colocou o pé para fora do veículo, agradeceu ao chofer e sentiu-se envolvida pelos aromas e ruídos do mar da Baía de Massachusetts, convidando-a a explorar. Parecia estar em outro mundo, longe da agitada Manhattan. Ela se espreguiçou, já sentindo o suave aroma de tequila.
Paul, o caseiro, a cumprimentou tirando o quepe. A jovem aproximou-se dele com um largo sorriso.
― Seja bem-vinda, Srta. Collins — saudou Paul.
― Obrigada, Paul — respondeu Evelyn. ― O Alexander providenciou tudo conforme o combinado?
― Claro, os barmen chegaram esta tarde e está tudo organizado como você pediu. Espero que aproveite o fim de semana, senhorita — respondeu Paul.
Evelyn assentiu com a cabeça, exibindo um leve sorriso.
― Anna e os outros convidados já chegaram?
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Amor Por Acaso
RomanceA mudança de Boston para Nova York havia sido sua tentativa de escapar do passado, de deixar para trás as lembranças dolorosas que insistiam em assombrar seus dias. No entanto, a vida tinha uma maneira irônica de tecer caminhos inesperados. O convit...