29. Manhattan City

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  SETE HORAS DEPOIS...

A manhã começava como de costume para Evelyn, que tinha o hábito de levantar cedo para sua corrida diária, enfrentando os ventos gélidos do outono londrino. Enquanto se preparava, agachada para amarrar os cadarços do tênis, o som inesperado da porta abrindo repentinamente fez com que ela desse um pulo, tomada pela surpresa.

Liam, com um olhar curioso, observava-a como se estivesse prestes a desvendar um mistério. Com os braços cruzados sobre o peito, permaneceu ali, em silêncio, como se estivesse prestes a testemunhar algo extraordinário. O coração de Evelyn começou a bater mais rápido, suas mãos ficaram úmidas de suor. Ela mal podia esperar para descobrir o que estava por vir.

O voo sofreu uma pequena alteração, deixando Evelyn furiosa e com uma tremenda dor de cabeça. Passou a madrugada inteira acordada, mexendo no celular, incapaz de pregar os olhos por um segundo sequer. Ansiava por chegar aos Estados Unidos e retomar sua vida normal, mas algo a preocupava: como Charles a veria.

Quando o copiloto anunciou o pouso, o coração de Evelyn apertou-se no peito. Antes de embarcar em Londres, ela havia ligado para um taxista conhecido, solicitando que a buscasse no aeroporto.

Fechou os olhos, sentindo o calor do corpo contra a macia poltrona da primeira classe. Nenhuma decisão havia sido tomada, e se Gaillard descobrisse que ela havia desmarcado com os estilistas em Londres devido a um problema pessoal, poderia acabar na rua.

Ao verificar as horas em seu relógio, Eve lembrou-se do fuso horário entre a Europa e a América do Norte. Um sorriso tímido surgiu em seus lábios ao perceber que Liam estava profundamente adormecido ao seu lado. Quando as luzes da cabine se acenderam, Evelyn cutucou Liam para acordá-lo.

— Já chegamos, belo adormecido — sussurrou ela, encarando-o.

Liam retirou seu protetor de pescoço e espreguiçou-se, ainda com os olhos pesados.

— Preciso da minha cama macia.

Evelyn balançou a cabeça suavemente.

— Já chamei um velho taxista. Em alguns minutos, você estará em sua cama macia.

— Assim espero. — Resmungou ele, levantando-se.

Seus passos eram lentos e despreocupados, respirando finalmente o ar da bela ilha de Manhattan. Ao adentrar o saguão, pôde avistar o taxista próximo aos balcões de atendimento. Liam seguiu-a, puxando sua mala, arrastando os pés pelo saguão.

— Senhorita Collins, é bom revê-la. — Saudou Alfred, com um singelo sorriso.

Evelyn sorriu. Os três caminharam na direção da saída. A morena parou antes de entrar no táxi, ainda não acostumada com aquela movimentação. Finalmente, estava em casa. As ruas de Manhattan pareciam uma trilha sonora de Sin City. O táxi deslizava pelas ruas congestionadas da ilha, enquanto Liam descansava a cabeça na janela e Evelyn observava atentamente as ruas.

Ela pediu para que Alfred deixasse Liam em seu prédio primeiro, que não ficava tão longe do aeroporto. O motorista fez uma conversão para a esquerda, saindo das ruas movimentadas e entrando em um bairro residencial.

— Acorde — cutucou novamente Liam, que dormia.

O rapaz tomou um susto e saltou do banco, fazendo Evelyn rir de sua reação.

— Não precisa me assustar desse jeito — resmungou Liam, enquanto passava a mão pelos cabelos rebeldes.

— Não fiz nada, apenas o acordei.

Amor  Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora