Amor Por Acaso

01. Lar doce Lar

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Evelyn Collins, uma mulher cheia de atividades e compromissos, estava prestes a ter sua rotina interrompida. Sua irmã, Anna, estava prestes a se casar, o que significava que Evelyn teria que deixar sua vida movimentada em Manhattan para passar um tempo na casa de veraneio da família em Boston. Apesar de antecipar encontrar calma no campo, logo percebeu que as coisas não seriam tão tranquilas.

Enquanto se acomodava no confortável assento do avião, Evelyn fechou os olhos por um momento, relembrando a conversa que tivera com Anna meses antes. Sua irmã havia contado sobre George Bradbury, o homem de sua vida. Evelyn imaginava um homem elegante e charmoso, como o Sr. Darcy dos livros, e ficou feliz por Anna ter encontrado alguém tão especial. No entanto, ela não estava entusiasmada com a viagem.

Ao ouvir o piloto anunciar a chegada em Boston, Evelyn sentiu um misto de alívio e ansiedade. As horas de voo finalmente estavam chegando ao fim. Desembarcou apressada, sentindo suas pernas doloridas após um desconfortável cochilo no avião.

Caminhando pelo corredor do aeroporto, avistou o familiar rosto do motorista da família, Byron, segurando uma plaquinha com seu nome, destacando-se entre a multidão. Ele sorriu ao vê-la, mas Evelyn só conseguiu retribuir com um sorriso pálido. Byron pegou sua mala de mão e mencionou que sua mãe estava ansiosa pela chegada dela. Embora soubesse que não era exatamente verdade, preferiu não comentar nada e seguiu em silêncio enquanto o motorista falava sobre os preparativos e os convidados do casamento.

Durante a viagem de carro até a casa de campo, Evelyn observou as expressões serenas de Byron contrastando com sua própria inquietação. Afundando-se no estofado macio do veículo, tentou se distrair com o som suave das músicas em seus fones de ouvido. A calmaria do ambiente rural era um lembrete constante de que estava longe de sua zona de conforto em Manhattan. Evelyn não gostava de passar tempo na casa de campo, ao contrário de Anna, que parecia adorar o lugar.

Sentiu seus olhos arderem e engoliu o nó que se formava em sua garganta. Era naquela casa que ela havia conhecido Michael Bolton, um motivo a mais para odiar o lugar.

Assim que chegaram, Evelyn suspirou e ajeitou os óculos escuros. Mostrou um sorriso pálido para Byron, que gentilmente abriu a porta da bela Mercedes preta. Ela agradeceu e pisou na grama, cuidando para ajustar o vestido que começava a subir além do desejado. Enquanto ajeitava os óculos sobre o nariz, forçou outro sorriso para Byron e seguiu em frente. Com passos lentos, atravessou entre as pedras que pareciam devorar seus caros saltos, enquanto o calor insuportável a envolvia.

Não demorou para que sua tia Suzanne a avistasse e se aproximasse. Tentou apressar o ritmo, mas já era tarde demais para escapar dela.

— Ah, olha só quem resolveu aparecer — disse sua tia Suzy, irmã mais velha de sua mãe.

— Tia Suzy! Quanto tempo — respondeu Evelyn com um sorriso automático nos lábios. — Desculpe, mas estive ocupada com meu trabalho agitado em Manhattan e não pude comparecer ao chá das cinco — disse, tentando manter a formalidade.

Com passos lentos, Evelyn seguiu em direção à entrada da casa, resignada com o que teria que passar nas próximas três semanas ali. Encorajou-se mentalmente, confiante de que logo tudo voltaria ao normal.

Suzanne observou a jovem de cima a baixo, percebendo a ironia que os membros da família Collins herdaram. Ela se aproximou rapidamente e segurou o braço de Evelyn, forçando-as a caminhar juntas. Sentia como se uma cobra estivesse apertando os dedos na borda de sua bolsa, pronta para perfurar o couro com suas unhas.

A jovem suspirou, parecendo pedir socorro, mas ao ver sua mãe se aproximando, sentiu-se aliviada. Charlotte, sempre impecável, usava um vestido de verão de cor suave.