06. Apenas um Favor

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A jovem caminhou lentamente até a cama e sentou-se na beirada, soltando os cabelos que estavam presos num coque improvisado, deixando-os cair em cascata pelos ombros. Sua mente estava absorta, os pensamentos vagando enquanto seus olhos se fixavam no teto, perdidos em reflexões silenciosas.

O som distante de batidas na porta a fez saltar, interrompendo seu devaneio. Com um movimento rápido, ela correu na direção do enorme guarda-roupa de madeira, como se o ato de se esconder ali pudesse trazer um breve momento de paz.

Após alguns segundos de indecisão, ela optou por um vestido creme florido, cujo leve drapeado na cintura realçava sua silhueta. Vestiu-se rapidamente e dirigiu-se à penteadeira, onde pegou a escova e começou a desembaraçar os longos cabelos ondulados, sentindo o conforto familiar do gesto.

No instante em que encarou seu reflexo no espelho, um sorriso fugaz iluminou seu rosto, um lampejo de ânimo diante do turbilhão de emoções.

Mas as batidas persistentes na porta logo fizeram a morena franzir a testa, tirando-a do breve momento de tranquilidade. Com passos decididos, ela se aproximou para atender, encontrando Anna do lado de fora, imóvel como uma estátua, aguardando silenciosamente.

— O que você quer dessa vez? — questionou Evelyn, encarando-a.

Anna, fazendo uma careta, desfez o cruzar de seus braços e esticou o pescoço para verificar se havia alguém no quarto com ela.

— Preciso de sua ajuda com um detalhe — respondeu, voltando seus olhos na direção de Evelyn.

A morena, com um olhar curioso, mordeu suavemente os lábios e arqueou a sobrancelha, demonstrando seu interesse. Ela então sugeriu:

— Desculpe, estou prestes a sair para fazer algumas compras de roupas. Seria possível retornar mais tarde? Tenho certeza de que teremos uma conversa mais produtiva quando eu estiver de volta.

— Não! Preciso de sua ajuda agora.

Evelyn assentiu e abriu a porta, dando passagem para a irmã. Anna parecia um pouco preocupada, o que era compreensível para alguém que iria se casar em apenas um mês. A loira andava de um lado para o outro, torcendo ambas as mãos.

— Se é sobre os vestidos das madrinhas, não se preocupe.

Anna parou no meio do quarto e encarou-a.

— Não é bem isso — respondeu, pegando Evelyn de surpresa. A morena desgrudou as costas da porta e permaneceu parada encarando-a. Anna suspirou enquanto fechava os olhos. — Estou surtando; meu casamento é no fim do mês e ainda falta convidar dez pessoas que moram fora do país, sem contar que a mamãe está me deixando maluca.

Evelyn não resistiu a uma gargalhada, deixando Anna sem entender o motivo. A morena gesticulou para que ela sentasse.

— Não é bem isso que está te deixando enlouquecida. Está na cara que, com todos esses convidados circulando para lá e para cá, você e o George não estão tendo tempo para transar — Evelyn falou sem pudor, deixando Anna com o rosto rubro.

— Pelo amor de Deus, Evelyn! Não é isso — exclamou metodicamente, pendendo a cabeça para o lado. — São todos os preparativos do casamento. E para piorar, a minha costureira ligou minutos atrás dizendo que não conseguirá os vestidos em um mês, pois precisa de um prazo maior.

A morena descruzou os braços e abafou uma risada com a mão. Era óbvio que o problema não era sexo, mas não custava perguntar.

— Conheço um cara incrivelmente criativo que vai salvar sua vida, mas como mencionei anteriormente, preciso me retirar — disse Evelyn, gesticulando de forma expressiva com uma das mãos.

Amor  Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora