25. Palavras ao Vento

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A brisa cálida da noite entrava suavemente pelo quarto pela janela entreaberta, movendo as cortinas como se dançassem ao ritmo do vento. O relógio na mesinha de cabeceira marcava exatamente meia-noite e meia, anunciando a madrugada de segunda-feira com tranquilidade.

Evelyn permanecia imóvel na cama, seu olhar perdido no teto vazio, imersa em pensamentos profundos.

O silêncio foi quebrado pelo rangido característico da porta, ecoando pelo quarto na calada da noite. A fraca luz do abajur ao lado da cama lançava sombras suaves pelos cantos, intensificando a atmosfera de mistério.

Intrigada, Evelyn se ergueu da cama com certa pressa, seus passos cautelosos ecoando pelo chão de madeira enquanto se aproximava da porta entreaberta, curiosa para descobrir quem ousaria perturbar a paz daquela noite serena.

— Charles? — Seus lábios se curvaram em um largo sorriso. No entanto, a resposta não veio, então ela o chamou novamente. — Charles... É você?

O sorriso desapareceu ao ver o rosto de Michael Bolton. Sentimentos vingativos como nunca a dominaram, fazendo com que o gosto amargo da bile enchesse sua boca.

— É ele quem você quer? — Debochou Michael, aumentando ainda mais a ira de Evelyn. Ela o encarou com tédio. — Poupe-me desse sujeitinho sem graça... vim terminar a nossa conversa.

A cada passo que Michael dava em sua direção, ela se afastava, deixando claro que não tinha interesse em prolongar aquela situação.

— Imagino o quanto você deve estar implorando por mim desde aquela noite. Eu não consigo esquecê-la.

— Hipócrita! — Sua voz saiu amedrontada enquanto ela tentava manter a compostura. — Acha mesmo que vai me enganar com essa conversinha? Qual é, Michael, você já foi melhor que isso. Parece estar perdendo a prática.

Evelyn cruzou os braços, demonstrando sua indiferença.

— Pare de ser patético e saia logo do meu quarto. Não tenho tempo para perder com joguinhos infantis.

Evelyn sentia uma vontade avassaladora que chegava a ser indescritível. O desejo de esbofetear Michael com toda a força que possuía para apagar aquele sorriso cínico que se desenhava em seus lábios era quase incontrolável. Surpreendentemente, Michael fechou os olhos por um instante e, ao abri-los, fitou Evelyn com um olhar penetrante.

— E se eu não fizer o que você está dizendo, vai gritar? Talvez seu novo brinquedinho venha te ajudar.

Ele se aproximou ainda mais.

— Ou você vai descobrir o quão vagabunda você sempre foi.

O relógio marcava meia-noite e meia, indicando a chegada da madrugada de segunda-feira. Evelyn permanecia imóvel na cama, com o olhar fixo no teto vazio. Seus devaneios foram abruptamente interrompidos pelo rangido da porta, que ecoou pelo ambiente.

A fraca iluminação do quarto a fez se levantar apressadamente, curiosa para descobrir quem poderia estar à porta.

— Imbecil! Como me arrependo de ter te amado — soltou, furiosa, diante da provocação de Michael.

Diante da situação, Evelyn começou a refletir sobre todas as vezes em que se deixou envolver por alguém tão mesquinho. Agora, sentia o peso da decepção e a tristeza de ter amado alguém tão pouco digno do seu amor. A partir dali, ela prometeu a si mesma que nunca mais se permitiria ser tratada dessa forma.

Antes que pudesse continuar, Evelyn sentiu uma das mãos de Michael envolvendo seus pulsos e os lábios dele selando os seus, silenciando suas ofensas. Por mais que tentasse se libertar, ela sabia que, no fundo, seus sentimentos eram tão confusos quanto uma roda-gigante desgovernada.

Amor  Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora