Amor Por Acaso

34. Deveríamos Conversar

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Evelyn acordou cedo numa manhã cinzenta, sentindo-se energizada e decidida a retomar seu esporte favorito: o tênis. Após um banho revigorante, vestiu uma roupa confortável, pegou sua mochila e raquete, e dirigiu-se ao Copley Place para uma partida antes do trabalho. Como Gaillard não estava na cidade, não se preocupou em se atrasar meia hora.

Ao chegar, virou à esquerda e estacionou seu carro próximo ao salão de festas do clube. Ao descer de seu veículo preto, cumprimentou Harold, um dos antigos funcionários do local, com um sorriso caloroso. Em seguida, seguiu determinada até a quadra de tênis.

A luz matinal tingia o céu com tons suaves de azul, enquanto Evelyn caminhava pelo caminho de pedras até a quadra. O ar fresco da manhã acariciava seu rosto, despertando-a ainda mais para a atividade física que a aguardava. As árvores ao redor balançavam suavemente ao vento, criando uma atmosfera serena e acolhedora no clube.

Chegando à quadra, encontrou as linhas recém-traçadas e o sol começando a espreitar por entre as nuvens. Ela respirou fundo, sentindo-se em casa no ambiente familiar e reconfortante do clube. Harold acenou para ela enquanto organizava algumas cadeiras próximas à quadra, e Evelyn retribuiu o gesto com um aceno de cabeça grato.

Com passos firmes, dirigiu-se ao banco onde deixou sua mochila, pegou a raquete e ajustou as cordas com cuidado. Seus movimentos eram precisos e determinados, refletindo sua concentração e alegria em retornar à prática esportiva que tanto amava.

— Bom dia, senhorita Collins — cumprimentou Harold.

— Bom dia, Harold — respondeu Evelyn, erguendo a raquete.

Ela continuou até a quadra cercada por alambrados altos. Por sorte, seu parceiro de jogo, Finn Marshall, já estava lá, como todas as manhãs. Finn, um executivo aposentado da indústria de mineração, retribuiu o sorriso dela.

— Bom dia, senhor Marshall — saudou Evelyn.

Finn abaixou o jornal que segurava e caminhou em sua direção.

— Veja só quem resolveu nos agraciar com sua bela presença! — brincou, estendendo a mão esquerda para ela.

— Pois é, acabei de voltar de férias em Boston — respondeu, apertando a mão dele.

— Espero encontrá-la mais frequentemente. Melhor começarmos antes que a chuva resolva cair.

— Tem razão.

Finn foi até o banco onde estava sentado, pegou sua raquete, enquanto Evelyn colocava sua mochila sobre o banco, retirava o casaco e pegava sua raquete, caminhando para o centro da quadra.

— Primeiro as damas — disse Finn, jogando a bolinha amarela para ela.

Evelyn sorriu e assentiu, pegando a bolinha. Antes de começar, ela a jogou duas vezes contra o chão, como se estivesse se familiarizando com ela. Em seguida, arfou e apertou a bolinha com sua mão direita, lançando-a para o alto e acertando bem no meio da raquete, iniciando a partida.

Desde os dez anos, Evelyn desenvolveu um gosto pelo tênis ao assistir às partidas de seu pai com os colegas no Gold Boston. Ela se lembrava das manhãs de terças e quintas, nunca faltando a nenhuma delas. Edgard Collins era conhecido por seu bom humor e vida dedicada às atividades físicas.

Enquanto os ventos sopravam contra a quadra, os olhos castanhos de Evelyn permaneciam atentos a cada movimento de seu oponente. Ela sempre se lembrava das táticas que havia aprendido: "fique sempre atenta a cada movimento do seu oponente".

Evelyn acertou a bolinha em cheio, enviando-a para o lado direito da quadra, sem dar chances para Finn alcançá-la.

— Vejo que não esqueceu nada, não é? Sempre tão ágil — disse Finn, ofegante e com o rosto vermelho.