Capítulo 14

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Evangeline

Evangeline cuspiu a farinha que entrou em sua boca e abanou suas roupas, uma olhada para o seu redor e ela viu a bagunça que tinha feito. Conseguiu sujar quase toda a cozinha, as pequenas anãs a olhavam cemicerrado e mesmo caladas, a a negra percebeu os olhares fumegantes em direção a ela pela sujeira feita.

A negra deu um sorriso amarelo, e levantou a primeira remessa de muitas que tinha feito do forno.

__ Quem quer torta de maçã? - ela diz para compensar, as mulheres se entreolham desconfiadas. - oh não fiquem tímidas, vamos trabalhar juntas. Já ouviram falar de boa convivência no trabalho? - ela parte um pedaço do doce colocando em um prato e dando a anã mais próxima de si. - modéstia parte, mas está uma delícia. Vocês tem que provar é uma receita da minha vó. Fumava tanto cigarro coitada, morreu de câncer de pulmão. Que esteja em um bom lugar. - ela faz o sinal da cruz. - mas pensem em uma velha que cozinhava, eu que o ser igual ela quando crescer. Menos a parte do câncer, aquilo foi triste. - ela solta um supiro de pesar. - comam o que estão esperando? - ela diz com as mulheres que a encaram tagarelar, voltando a repartir a torta com elas, inclusive com Erin.

Passada um pouco da cisma, se ouve o tilintar das colheres no prato e alguns gemidos de apreciação.

__ Eu nunca comi algo tão bom. - diz uma anã mais velha que descobriu que comandava a cozinha, sorriu contente.

__ Eu improviso com o que vocês tinham aqui, espero que a vovó não esteja se revirando no túmulo por eu ter mudado sua receita. - um estremecimento sobe pelo seu corpo.

Faz um prato para si e depois de devorar três pedaços, seu rosto se ilumina com uma ideia. Ela olha para as tortas e sorrir pretensiosa.

__ Quer saber, isso está muito bom pra ficar escondido. Todos deviam provar essa obra da culinária. - diz recebendo olhares curiosos.

Vinte minutos depois, Evangeline está dando pulinhos no corredor, sendo acompanhada pelo pequeno Erin que empurra um carrinho cheio de tortas.

__ Para adoçar o dia de vocês. - fala ao ver quatro guardas, entregando para eles que a foram confusos, mas agradecem.

__ Viu como fazer o bem nos deixa mais feliz. - ela olha para o anão, que sacode a cabeça sorrindo.

__ Devo admitir que a senhora é corajosa por provocar assim o Håkon.

__ E quem disse que estou o provocando? - sua voz sai mais alta, um sinal desua mentira. - eu estou anunciado o meu trabalho, porque é isso que eu faço, doces. Tome querida, você está muito magra. - ela joga a torta em uma loba  que passa, ignorando seu olhar raivoso.

__ Você será a futura rainha, por que trabalhar? - ele questiona tímido.

__ Porque eu ficaria entediada de ficar com a bunda pra cima sem fazer nada, e eu gosto de me ocupar para não pensar demais. Mas é você?

__ O que tem eu senhora? - ele a olha.

__ Se Håkon é tipo um rei por aqui, Agenor seu irmão é príncipe.  Também não deveria estar trabalhando e sim gastando o dinheiro de seu marido. - ela entrega mais uma torta para um guarda que estava parado em uma porta.

Evangeline ouviu vozes femininas, pareciam animadas, porém não se interessou em entrar. Concluiu que fosse companheiras dos lobos nobres e decidiu que não era importante agradar as mulheres que não tinham nada a somar para ela.

__ Eu me acostumei a trabalhar, antes de ser companheiro de Agenor, eu vivia com nove irmãos; todos homens. Papai não deixava eu e Uri  sair e trabalhar na mina por sermos considerados mais "sensíveis" que os outros. Mamãe e eu cuidavamos da casa, Uri nunca quis ser dona de casa. Ele gostava de se aventurar na floresta quando todos saiam para trabalhar. - ele sorrir, mas não chega aos olhos claros.

DOCE DESEJOOnde histórias criam vida. Descubra agora