Capítulo 21

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Evangeline

Evangeline acordou com o toque suave em seu rosto, ela pensou que pudesse ser Dragomir e estava preste a afasta-lo dizendo algo ácido, mas não foi o vampiro quem viu ao abrir os olhos. Hakon estava abaixado ao lado da cama e os dedos ainda estavam em suas bochechas e talvez estivesse muito focado no que fazia para perceber que havia acordado, porque seus olhos estavam vidrados no movimento.

_Você está parecendo uma assombração no escuro ou um psicopata, os dois te caem bem. Não me toque. - diz rude e incomodada por não poder se mexer ou sair dali longe do homem. 

Suas costas não doíam como antes, mas o que seja que Dragomir tinha feito estava passando. 

Uma leve ardência repuxava a pele.

A expressão calma do outro se foi, tornado dura, mas o lobo não se levantou. As mãos dele percorreram seu queixo parando em sua boca. Olhou para os seus lábios por alguns segundos, contudo ao erguer o olhar, havia diversão nos olhos claros.

_ Eu só tive sentimentos ternos por uma fêmea, e ela está morta. - comenta contornado a boca carnuda da companheira.

_ A sua mãe? - pergunta de imediato.

Ele a olha serio, mas não esboça surpresa pela outra saber.

_ Joana nunca foi capaz de guardar a língua dentro da boca. - seu sorriso é de escarnio.

_ Por quê me ter por perto se eu te enfraqueço? - questiona.

Evangeline está fervendo de raiva do homem, mas também quer entender muitas coisas e gritar agora com Camdam não fará que tenha suas respostas.

O Alfa assume uma postura mais rígida e se levanta.

_ Se você ouviu sobre a minha mãe, deve saber que meu pai enlouqueceu com sua morte. _ sua voz e impaciente, como se o irritasse falar sobre seus pais. 

_ Então é tudo sobre você? No fim teme enlouquecer? - ela maneia a cabeça desacreditada.

Se ela está sendo mantida presa ali é porque Hakon estar preocupado que sua ausência roube sua lucidez

_ Um louco é incapaz de liderar alguém. - responde, o que faz ela também ter sua resposta.

Evangeline não vale nada para ele além de sua segurança mental.

_ Se não tem sentimento por mim, não é necessário que eu seja tratada como uma pessoa íntima de você. Me jogue em algum canto e me dê agua e comida. Se tenho que ser uma prisioneira, faça isso corretamente.

A risada grave a irrita.

_ Você não sobreviveria um dia como minha prisioneira, cinco chibatadas não chega nem perto de como traidores são punidos no meu reino. - a perversidade que brilha em seu olhar, a faz acreditar nisso. - e todo rei deve ter sua rainha não? - seu sorriso não tem seriedade.

_ Mesmo que para isso tenha que me quebrar como fizeram com você, certo? - ironiza. - não é diferente do seu pai. - afirma.

_ Não me compare a ele. - sua voz grave carrega uma certa advertência e seus olhos um aviso para que não continuar.

_ Por que não? - ela sabe que ao enfrenta-lo está o desafiando, mas para quem estava atolada na merda, qualquer ato vindo dele não seria pior do que já estava.- não foi o seu pai que o ensinou que amar é um erro? Bem, não é de admirar que você e seus irmãos sejam detestáveis. Não Berthor, ele é uma graça. Ao menos alguém da família se salvou...

_ Cale-se humana. - rosna.

_ Não gosta que eu fale a verdade Hakon? - ela sorrir. - o seu pai foi um monstro, e fez de você outro. Não devia ter raiva de uma pessoa tão parecida a você. - diz.

O rosto do lobo está furioso em sua direção, sua respiração esta descompensada e alguns grunhidos sai de sua boca, o seu tamanho parece ter dobrado e ela sente que está diante de um animal.

_ Por que você não pode ser como as outras fêmeas? - o seu semblante raivoso contrai em consternação.

A pergunta faz um bolo na garganta da outra, aquilo era algo que Evangeline ouviu durante toda sua vida e era uma insegurança não tratada. A mulher calou por um segundo com o peso daquilo em seu emocional.

A sua mente foi ao céu e inferno em poucos segundos.

Ela lembrou logo de sua mãe a dizendo para ser normal.

  Cresceu com olhos julgadores e sendo sufocada para ser uma pessoa diferente.

Indiscreta, escandalosa, agitada e com uma enorme boca. Assim era Evangeline e apenas ela sabe o quanto sofreu por ser ela mesma.  Por isso a tirava do serio o lobo achar que podia a prender e suprimir sua personalidade vibrante, ela não voltaria nunca mais voltaria a ser aquela garota medrosa que precisava da aprovação da mãe. Evangeline nunca  as expectativas de Camdam e era bom que ele entendesse logo isso.

_Eu não vou me esconder para fazer você feliz Hakon, aceite que eu não sou manipulável como  os seus lobos. - diz.

Seu olhar frio a encara de volta.

_ Bom, estamos condenados ao fracasso desde o inicio. Eu te faço uma promessa humana... - seu sorriso de escarnio carrega uma decisão. - se até a grande lua você ainda quiser voltar ao seu mundo, eu mesma a levarei. - fala.

Evangeline engole em seco, aquilo era tudo que queria ouvir. O estranho era que não se sentia feliz como achou que ficaria.

DOCE DESEJOOnde histórias criam vida. Descubra agora