Erin
O dia estava o mesmo que ontem, frio e com muita neve, Porém havia uma certa melancolia no ar. Os corredores estavam silenciosos e ninguém falava abertamente sobre o ocorrido por mais que se escutasse sussurros.
Evangeline havia fugido do castelo e Uri a ajudado.
Porque o irmão teria feito algo assim, o outro não entendia. Embora os rumores fossem que teria feito por sua família, mas é claro que Uri não saberia, o irmão o poupava de coisas do tipo.
Afinal o que um garoto ingênuo e bobo poderia fazer?
No momento ele se sentia inútil por não saber o que acontecia com sua família e culpado pelo outro ter preferido se arriscar e resolver as coisas sozinhos a recorrer a ele.
Uri era um inútil, sempre foi.
Ele odiava que os outros o relacione a uma pessoal frágil e delicada, mesmo que aquilo fosse natural do garoto. Todos desacreditavam que pudesse fazer algo grande, talvez tenha sido por isso que Uri não o contou.
Um menino medroso e assustado feito Erin não teria serventia.
Estava deitado mais uma vez, na verdade ele mal saia da cama agora. Não sabia como voltar a ser como antes quando recorrentemente questionava sua própria existência, mas sabia que estava deprimido, muito deprimido e se não tomasse uma atitude, aquilo podia fugir do seu controle. Contudo Erin não tem vontade de levantar daquela cama e parecer feliz como antes, porque ele não estava e a vida não era tão brilhante como antigamente.
O garoto fechou os olhos com a claridade que repentinamente adentrou o quarto. Na sua tristeza, ele não percebeu quando Argelor entrou e abriu as cortinas.
Ele coçou os olhos incomodado com a luz e virou para o outro lado da cama e quando pensou em cobrir o rosto a coberta foi puxada de seu corpo.
__ O que está acontecendo com você? Estar agindo como um moribundo. - troveja o loiro.
__ Talvez eu queira estar morto. - responde sem muita força na voz.
Ele se sente fraco, tanto mentalmente como fisicamente.
O lobo congelou sua expressão raivosa por um segundo e em seguida o analisou meticulosamente suspirando alto depois.
__ Isso é coisa daquela desgraçada não é? - ralha. - você estava bem antes dela chegar. O que ela te disse?
Erin o olha sem muito interesse.
Argelor estava bonito como sempre mesmo irritado e o anão ainda era profundamente apaixonado por aquele homem.
Mas estava tão cansado de amar sozinho.
O loiro puxou a coberta quando o garoto ameaçou pegar novamente.
__ O que a Evangeline disse para o deixar transtornado dessa maneira? - pergunta.
Erin levanta a cabeça diante da insistência e olhando no fundo dos olhos azuis diz:
__ Ela perguntou se eu era feliz... - ele sacode a cabeça esboçando um sorriso triste. - quem imaginava que uma única pergunta poderia me tirar da escuridão e me empurrar ao abismo no mesmo tempo? - ele rir.
Contudo e breve, porque logo aquelas risadas se tornam soluços e dessa vezo garoto não faz questão de ser contido. O choro e barulhento e ouvido por todo o quarto e possivelmente pelos lobos pertos daquela área.
__ A minha vida toda eu só quis ser feliz, eu não pedi grandes coisas. Só felicidade, apenas felicidade. - murmura angustiado e com olhos dispersos. - um bom companheiro, filhos, uma casa acolhedora. Não riqueza, não ouro ou joias. Uma família, não é algo difícil é? - pergunta diretamente ao lobo que tem um rosto frio que o garoto conhece bem.
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DOCE DESEJO
WerewolfQuando disse que queria uma nova vida, Evangeline não pensou que seria levado ao pé da palavra, ou que seria literalmente jogada em outro mundo. Será que a sua boa lábia pode a salvar dos perigos que a aguarda?