9 - Uma Mini Cópia Sua

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♪ Consuming all the air inside my lungs
Ripping all the skin from off my bones
I'm prepared to sacrifice my life
I would gladly do it twice ♪

- E não a coloque no futebol só porque eu joguei futebol.

Maria pediu à esposa. Seu maior medo é que Natasha sofresse tanto com sua perda que isso acabasse, involuntariamente, fazendo com que sua filha crescesse vivendo a sua sombra. Maria quer que Bella se lembre dela, mas que jamais tente ser como ela apenas para agradar a outra mãe. Maria deseja que a filha cresça tendo seus próprios gostos e experiências, que viva e aproveite a vida como desejar e que seja livre para ter as próprias escolhas.

- Mas e se ela gostar mesmo de futebol? - perguntou Natasha, enquanto fazia um carinho na mão da esposa.

- Deixa ela ser ela mesma.

Natasha apenas sorriu em concordância. Por longos minutos elas conversaram sobre a filha e a criação que ela deveria receber. O papo foi tão tranquilo e fluiu tão bem que quando se deram conta já estavam discutindo sobre a faculdade que Bella frequentaria. Do lado de fora, os raios tímidos do sol insistiam em invadir o quarto. Natasha teria fechado a janela, mas Maria pediu que não o fizesse. A morena queria sentir o sol queimar sua pele mais uma vez.

- Você não teria essa coragem. - falou Maria, totalmente indignada após Natasha dizer que influenciaria a filha a torcer pelos Chiefs.

- É o meu time do coração. - a ruiva se defendeu.

- Você sabe que os Eagles são anos luz melhores que os Chiefs.

- Ah, não são não.

- São sim, amor. E sem contar que você só começou a torcer pelos Chiefs por causa da Taylor Swift. - a morena disse e viu a esposa fingir indignação. - E você não negaria um último pedido a sua esposa no leito de morte, não é?

- Isso é golpe baixo. - Natasha falou cruzando os braços - Tudo bem... - suspirou - Quando ela tiver idade para entender, vou levá-la à um jogo dos Chiefs e à um dos Eagles, prometo não influenciar na escolha dela. - disse a contra gosto e viu a esposa lhe direcionar um sorriso satisfeito. - Mais alguma coisa vossa alteza?

- Você vai ser uma mãe excelente! - Maria afirmou segurando a mão de Natasha. - Eu sei que vai ser difícil e desafiador, mas jamais se esqueça disso. Bella terá sorte em ter você.

Natasha sorriu deixando um beijo na testa de Maria. Era incrível como ela a conhecia tão bem e sabia o momento certo para dizer cada coisa.

- Licença. - pediu Carol, dando uma batidinha na porta do quarto de Maria, mesmo já estando aberta. - Bom dia! - desejou entrando no local com Clint e Steve ao seu encalço. - Como está se sentindo, Maria?

- Como se houvesse médicos demais aqui para uma mulher morrendo em meio a escassez de médicos.

- Estamos passando por uma escassez de sangue também, todas as cirurgias eletivas foram canceladas, meio que estamos atoa. - explicou Steve.

- Deixa de ser tão implicante, amor. Eles apenas se preocupam com você e... Puta merda!

Natasha não conseguiu completar seu raciocínio, sentiu uma dor aguda em sua barriga, parecia que uma flecha enorme havia acabado de atravessar seu útero, rasgando de um lado a outro. Ela se curvou levando, instintivamente, a mão até a barriga, como se segurá-la fosse conter a dor.

- Amor? - Maria a olhou preocupada. - Você acha que é Braxton Higgs de novo?

Já fazia alguns dias que Natasha vinha sentindo contrações, mas como sua obstetra mesmo lhe disse, eram apenas contrações de Braxton Higgs, as famosas contrações de treinamento. Mas dessa vez era diferente, era mais forte, mais aguda.

Olá Pra Sempre | BlackhillOnde histórias criam vida. Descubra agora