Luca, um apaixonado por trilhas na floresta, vê-se obrigado a interromper sua jornada quando uma tempestade repentina o força a se hospedar em um misterioso hotel de beira de estrada. Inicialmente colocado no quarto número 1, Luca logo percebe que a...
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- Jasper... - indagava Victor - Onde eu já ouvi esse nome antes?
- Ele é o hóspede do quarto 10! - respondeu Luca sem tirar os olhos do homem à sua frente - O Marcos falou sobre ele lá no segundo piso.
- Ah, então tá tudo bem com o Marcos? Aquele cara é mesmo durão! - O homem suspirou aliviado.
- Ele se matou! - Emily foi direta - Depois de tentar nos matar!
Jasper arregalou os olhos, sem parar de encarar os outros nômades, até que suspirou mais uma vez.
- Sempre soube que faltavam uns parafusos na cabeça daquele cara, ainda morreu me devendo cinquentão, desgraçado! - Jasper lamentou.
- Perder cinquenta pila é foda! - Victor dizia enquanto afirmava com a cabeça.
- A saída! - Emily forçou um sorriso.
- Não está neste andar" - Jasper forçou um sorriso de volta - Já é a minha terceira vez neste piso, e nada mudou, além dos hóspedes!
Vendo que Jasper não representava ameaça, Luca finalmente abaixou o revólver.
- Não sei sabe, mas ele está sem munição! - Jasper exclamou observando a posição defensiva de Luca.
- Passamos por muitas coisas até aqui, queria ao menos ter um blefe!
Jasper apenas mostrou um sorriso de canto e deu as costas para o trio, saindo de vista.
- Ei! - Victor gritou enquanto se aproximava da porta - Em que andar estamos?
- 10! - Jasper apenas continuou a andar.
- Era neste andar que recobraríamos todas as nossas memórias do lado de fora? - Luca perguntou.
- O Félix disse que sim, mas eu acho que já lembro de tudo o que eu era do lado de fora! - Respondeu Victor.
- Eu também lembro! - Emily complementou - - Mas não custa nada averiguarmos, pode ter algo que estamos deixando passar!
O trio se retirou do quarto e começou a observar o corredor atentamente. Este era tecnológico e aconchegante, estendendo-se com elegância, iluminado por uma iluminação LED suave que se adaptava automaticamente à presença dos hóspedes. Paredes revestidas de painéis digitais exibiam paisagens relaxantes, mas algo estava fora do comum. Uma sensação de sombra pairava no ar, mesmo sob a luz artificial. O carpete felpudo sob os pés era macio, mas cada passo parecia ecoar de maneira estranha, como se fossem absorvidos por alguma presença oculta. As portas dos quartos eram modernas, com fechaduras eletrônicas que brilhavam suavemente, mas uma sensação desconfortável se espalhava à medida que se avançava pelo corredor. O silêncio era quebrado apenas pelo zumbido discreto dos dispositivos tecnológicos integrados.
Ao longo das paredes, marcas profundas e irregulares eram visíveis, como se garras afiadas tivessem esculpido caminhos sinuosos. Algumas marcas eram mais proeminentes, sugerindo uma força feroz que havia deixado sua assinatura. A iluminação, antes acolhedora, lançava sombras sinistras sobre essas cicatrizes nas paredes. A atmosfera sombria era intensificada por uma sensação de frieza, mesmo que o ambiente estivesse climatizado. O silêncio continuava a ser perturbado, mas agora por ruídos indefiníveis, como sussurros abafados e arranhões distantes. Havia algo inquietante na maneira como o ar parecia vibrar com uma energia inexplorada.