6 - Cozinheiro

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Três dias haviam transcorrido desde que Sofia subira para o segundo andar do hotel

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Três dias haviam transcorrido desde que Sofia subira para o segundo andar do hotel. Durante esse tempo, Luca havia estabelecido uma amizade com a nova hóspede, Isabella, que já estava ciente das peculiaridades do hotel. Embora nenhum outro hóspede tivesse chegado durante esse período, e nenhum deles subisse para os andares superiores.

- Luca? - chamou Isabella, enquanto ambos estavam no refeitório. - Você está bem? Parece preocupado.

- Sim! - suspirou Luca antes de continuar - Eu só queria subir para o segundo piso mais rápido.

- Lembre-se de que a pressa nem sempre é vantajosa! - disse Isabella com um sorriso. - Provavelmente tudo está bem com sua 'mamãezinha'.

- Já disse que a Sofia não é minha mãe! - retrucou Luca, também sorrindo. - Mas eu fico pensando como serão os andares superiores. Será que meu pai está em um deles?

- Não tenho certeza! - disse Isabella, levantando-se e dirigindo-se à saída enquanto olhava para o cronômetro, que se aproximava de zero. - Nos vemos depois!

Sozinho no amplo refeitório, Luca percebeu que os garçons o encaravam com indiferença. Alguns deles pareciam quase sem expressão. Seu olhar vagou até a cozinha, e ele se questionou sobre a razão de ter uma cozinha se a comida parecia surgir magicamente nas mesas.

- Posso elogiar o cozinheiro-chefe? - perguntou Luca sem olhar diretamente para os garçons.

- Você pode me elogiar daí! - respondeu uma voz vinda da cozinha.

- Mas eu adoraria ver o rosto da pessoa por trás dessas iguarias! - acrescentou Luca.

De repente, a porta da cozinha se abriu e um homem alto, velho e enrugado apareceu usando um grande chapéu de cozinheiro.

- Um verdadeiro mestre culinário não recusa elogios! - disse o homem enquanto se aproximava de Luca. - Então, o que você mais gostou em nosso cardápio?

Uma cena mágica se desenrolou: os pratos de comida começaram a voar em direção à mesa de Luca, panelas ganharam vida, talheres dançavam como em uma melodia, pratos de mesa giravam em torno de Luca e guardanapos se arrumavam por conta própria.

- A feijoada é incrível! - Luca disse, meio assustado.

Quando os pratos finalmente pararam de dançar, um grande prato de feijoada estava à sua frente. Os ingredientes formavam um rosto sorridente na comida: calabresas como olhos e carne de porco como lábios.

- Obrigado! - cantarolou o chefe, dançando junto com a comida. Luca riu apesar do espanto. - Na cozinha quente e animada, meu coração se acende, minha feijoada elogiada, toda tristeza se suspende. Ingredientes únicos trago à cena, uma história pra contar, no sabor do meu prato amado, minhas mágoas vou espantar...

- Você não vai começar a cantar, vai? - interrompeu Luca, perplexo.

- Na panela de ferro, o feijão cozinha devagar, minha paixão pela comida, em cada tempero a transbordar. Com carinho e dedicação, faço a carne dançar, minha feijoada tão especial, não há como igualar. Lágrimas nos olhos, recordo o que já se foi, solidão me abraçava, meu coração sofria, eu sei, mas cozinhar é minha terapia, é onde encontro meu riso, na feijoada que preparo, todo o vazio eu preciso...

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