Decimo primeiro capitulo- Emma

45 6 19
                                    

"As vezes a gente pensa na parte boa sem pensar nas consequências."

- Anda logo Emma, deixa de ser lerda! - falou Hugo.

- Você é idiota?! Não Tá vendo que eu tô indo o mais rápido que posso?! - esbravejo

- Se isso é o mais rápido que você pode correr eu não quero nem saber o que é o mais devagar - provocou ele

Ai, sério, esse garoto tá me irritando! Já não basta ter me acordado as sete da manhã pra vim fazer essa corrida idiota e ainda quer que eu corra rápido! Err, imbecil!

- Para, para, para! Eu preciso de um tempo - falo apoiando meus braços no joelho e puxando o ar para meus pulmões.

- Tempo?! De novo?! - indaga ele incrédulo e parando de correr - ja é a terceira vez que você pede tempo em menos de quinze minutos! Desse jeito nunca vamos bater a nossa meta.

- Sério, porque a gente tá correndo logo essa hora da manhã? - questiono.

- Eu já disse. Se nós queremos enganar as pessoas com esse namoro falso, temos que pelo menos fingir direito.

- Tá mas, o quê que isso tem a ver com essa corrida? - Faço uma pergunta para disfarçar o verdadeiro questionamento que ressurgi a algum tempo em minha mente.

Namoro falso?

Será que é tão falso mesmo?

Ou é isso que você quer acreditar por medo de estar gostando de alguém de novo depois de tudo o que passou?

Balanço de leve a cabeça para afastar esses questionamentos incoerentes e intrometidos de minha mente.

- Simples, nós temos que ser vistos fazendo coisas mais casuais, agindo mais naturalmente - ele fala, como se estivesse explicando quanto é dois mais dois para uma criança de quatro anos que acha aquilo a coisa mais complicada do mundo.

- Você chama isso de agir naturalmente? - falo na defensiva apontando para mim - olha só pra mim. Eu tô desarrumada e fedendo a suor!

- E você queria estar como? Correndo de salto toda arrumada e maquiada como se estivesse indo ao shopping? - zombou. Certo, ele tem um ponto.- Okay, vamos dar uma paradinha de três minutos mas depois a gente volta a correr sem parar mais tá bom? - Fala ele

- Você que tá falando, eu nao prometo nada. - rebato.

- Toma isso -diz ele me oferecendo a garrafa de água enquanto caminhamos para um banco próximo para descansarmos - É pra você nao morrer desidratada.

Rio com o que ele diz.

E lá vai minha mente me trair de novo por pensar que ele está preocupado comigo e que me mandar beber água é uma forma de cuidar de mim.

Mas é claro que não é isso.

Ele so está falando isso por que é uma coisa automática, algo do cotidiano.
Mas mesmo assim não consigo evitar de sorrir e ficar alegre com a sua fala.

Eu não sei o que está dando em mim ultimamente, mas, quando olho para o Hugo, penso no Hugo ou simplesmente estou com o Hugo eu me sinto mais leve, mais feliz. Eu não sei bem o que estou sentindo e, sinceramente, isso me assusta.

As vezes eu até assemelho esse sentimento com o que eu sentia pelo Jack, mas com o Hugo é diferente.
Com o Hugo é mais intenso.
Mais real.

- Você está pensativa - fala ele, e eu levanto a cabeça para encara-lo - o quê que tanto se passa nessa cabeçinha de minhoca?

Meu para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora