Vigésimo Quarto Capítulo- Emma

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"Ás vezes quando tudo tá na desgraça e você já não aguenta mais, a vida decide ceder um pouco"

M

eus olhos se abrem lentamente.

Vejo silhuetas de pessoas ao meu redor mas não consigo ouvir, me mexer ou ao menos falar.

Continuo tentando me mover mas tenho muita dificuldade.

Ainda não vejo muita coisa pois tem muitas luzes na minha cara.

Fecho os olhos e respiro fundo.

Não sei o que está acontecendo.

Abro os olhos novamente e percebo que minha visão está se acostumando. Minha audição começa a voltar e as silhuetas viram meus amigos.

Tento me mover de novo e devagar minha mão sai do lugar.

Faço muita força para levá-la para minha barriga.

Minha audição volta a funcionar e eu ouço Alex gritar na porta por uma enfermeira.

Hugo e Lily estam ao meu lado chorando.

Continuo sem saber o que está acontecendo pois não lembro.

Uma mulher entra no quarto e vem até mim. Ela mexe nas coisas, porém, a única coisa que faço é fechar os olhos novamente e apagar.

{...}

Novamente sinto a mesma sensação. Aquela que senti quando acordei pela primeira vez aqui.

Não tenho forças para fazer nada. Mas agora eu já acordei enxergando e ouvindo.

Hugo está na poltrona ao meu lado. Ele está dormindo que nem anjo.

Será que eu consigo chamar ele?

De primeira eu tento e não sai nada.

Mas tento novamente.

- Hugo...- Falo, mas sai baixo demais para que ele consiga me ouvir.

Tento novamente.

- Hugo! - Falo mais alto que da primeira vez. Dessa vez ele se mexe a abre os olhos.

Ele abre um sorriso e vai em minha direção.

Lágrimas rolam pelo seu rosto. Ele acabou de acordar e já está chorando? Por quê?

- Loirinha! Você acordou- Ele ri.- Sabia que hoje é o seu aniversário?

Tento dizer que não, mas nada sai da minha boca.

- Eu nem acredito que você acordou! Você nem deve saber o que está acontecendo.

- Não sei mesmo... por que não consigo me mexer direito?- Minha voz sai baixa e rouca, pois também está sendo difícil mexer minha boca.

Ele arregala os olhos.

Ele não sabia? Achei que receberia uma explicação, porém, parece que ele mesmo não tá sabendo. Talvez seja porque não contei.

- Eu não sabia... tenho que chamar a enfermeira.

Assinto com um movimento quase imperceptível.

Ele se levanta e vai até a porta. A mesma mulher que apareceu da outra vez aparece novamente.

Ela vai até mim e mexe de novo nas coisas. Não faço a mínima ideia do que ela está fazendo, só estou olhando para o Hugo que está contando tudo para ela.

Tudo: não tenho forças para me mexer.

- É normal, Hugo! Ela passou duas semanas sem se mover, sem nem abrir os olhos. É natural que ela esteja fraca, por isso não consegue se mexer.

Meu para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora