Capítulo IV - Paixão... ou não?

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BERNARDO

Amanheceu. Tínhamos sobrevivido a mais uma noite.

Não sabíamos onde estávamos, e estávamos quase a desistir.

Abri as redes sociais e dei de cara com fotos de rapazes lindos, mas não tão lindos como o meu verdadeiro amor, o Gabriel.

"Onde estás Gabi?", pensei eu. "Volta para mim. Eu amo-te".

- Em que é que estás a pensar? - perguntou-me o Roberto.

- Em nada. Tu achas que ele ainda me ama?

- Claro. O Pinto não se apaixona facilmente. Sabes, não és o único com saudades dele. Eu vou até ser sincero. Eu tinha ciúmes.

- Eu... Nunca pensei que ficasses chateado por ele estar mais comigo do que contigo...

- Não era de ti que eu tinha ciúmes. Eu tinha ciúmes do Gabi. Queria que tu olhasses para mim como olhavas para ele, com aquele brilho no olhar.

- Tu também és gay?

- Não sou bissexual. Sempre gostei de rapazes e de raparigas. Eu não me apaixonei pelo teu aspeto, eu apaixonei-me pela tua personalidade. Um gajo meio estúpido, mas, apesar disso, com um bom coração.

Eu abracei-o e dei-lhe um beijo leve nos lábios. Ele pareceu confuso.

- Tu... Tu beijaste-me?

- Sim, porquê?

- Eu acho que isso não é muito correto. Afinal de contas, estás a trair o Pinto.

- Tens razão. O meu objetivo não é ser infiel, mas sim encontrá-lo. Nós vamos conseguir.

- Claro que vamos. O amor supera tudo.

- Com o meu amor, superarias o Pinto?

- Não sei... Acho que não.

- Farias por outra pessoa o que estás a fazer neste momento?

- Acho que não... O meu amor pelo Gabriel é único e especial. Nunca senti o mesmo amor por ninguém.

- Então porque é que me beijaste?

- Não sei. Foi repentino. Acho que devíamos esquecer este beijo.

- Também acho. Pelo menos por enquanto.

Eu sabia que amava o Gabriel, mas, com o Roberto, eu sentia-me completo. Sentia-me... Sentia-me bem. Sentia-me feliz.

Será que eu estaria a esquecer o Gabriel? Será que eu estaria apaixonado?

Eu, ele e os outrosOnde histórias criam vida. Descubra agora