Capítulo XVIII - Bom dia

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BERNARDO


Acordei num quarto de hospital,  com um rapaz e uma rapariga a olharem para mim.

- Berna, acordaste! Eu sei que deve ser estranho - começou o rapaz. - Mas tu tens um filho.

- Um filho? - perguntei eu, incrédulo. - Como assim eu tenho um filho? E quem são vocês?

- A Gertrudes e o Gabriel - respondeu o jovem.

- Vocês estão... Diferentes...

- Bernardo, nós os três já fizemos dezanove anos, enquanto tu estavas em coma. O teu filho tem três anos.

- É impossível eu ter um filho com três anos! E... A propósito... Quanto tempo estive eu em coma?

- Três anos - respondeu a Ger. - E... Já agora... Tu deves querer conhecer o teu filho, certo?

Enquanto ela foi buscar o nosso filho, eu beijei o Gabriel. Ele tinha mudado, muito. Estava musculado e gostoso. Eu nunca mais me queria separar dele.

Depois chegou a Ger, com o nosso miúdo,  que, pelos vistos, se chamava Tomás. Era um miúdo baixito, com cabelos castanhos claros e lisos até aos ombros e olhos azuis.

Chorei. Não o consegui evitar. O miúdo podia até ser feio, mas o facto de ele ser meu filho fazia dele o miúdo mais bonito e inteligente do mundo.

- Papá? Tu acordaste?

- Tomás!

Eu abracei-o e ele retribuiu. Estávamos os dois emocionados, tal como o Pinto e a Ger.
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- Então e a Miriam? - perguntei.

- Nós não sabemos - respondeu a Gertrudes. - Ela desapareceu sem deixar rasto. Nós também gostávamos que ela aparecesse e que se fizesse justiça.

- Mas quem é a mãe do meu filho?

- A última pessoa com quem te envolvente - disse ela. - Sou eu.

- Eu não sei com quem fique. Preciso de tempo. Eu amo-vos aos dois. Por um lado amo a Ger. Por outro amo o Pinto.

- Se calhar é melhor darmos-te um tempo para pensar - sugeriu o Gabi. - Ou termos um relacionamento aberto.

- Vais-me trocar, se ainda agora te conheci, papá?

- Não Tomás, a ti nunca te vou trocar. Estou a falar com a tua mãe e com o Gabriel.

- Tens planos para quando saíres do hospital? - perguntou o Pinto.

- Estou a pensar em ir para umas quantas de festas para curtir, e para beber uns copos, afinal já sou maior de idade! Também quero levar este puto a passear.

- Eu tenho de ir - disse a Ger, pegando na chave do carro. - Anda, Tomás.

Eles foram-se embora, deixando-me sozinho com o Pinto.

- Agora estamos juntos - riu ele, pousando os seu lábios sobre os meus, levemente. Eu consegui sentir a sua respiração.

- Estamos no hospital, Gabi.

Ele fechou a porta e sorriu sensualmente.

- Agora estamos no hospital, mas em breve podemos estar nas nuvens.

Eu levantei-me e ele empurrou-me para a parede, beijando-me. Abri a boca e senti a língua dele a entrelaçar-se na minha.

Ele beijou-me o pescoço, e eu empurrei-o para a cama do hospital.

Eu, ele e os outrosOnde histórias criam vida. Descubra agora