partir

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•Segunda feira•
10 dias após o acidente

>Tom<

--o que descobriu? -Pergunto me inclinando ma mesa de zig.

--bom...você não conseguiu o projétil inteiro da bala, é quase impossível localizar o dono com um caco desse tamanho. -Zig diz segurando o pedaço de metal na pinça.

O médico não conseguiu remover a bala toda da barriga da S/n, estamos tentando localizar a arma e então descobrir o filho da puta que fez isso com ela.

--Era o que tinha...-Digo pegando minha jaqueta da cadeira e colocando.

--hum...beleza! Vai ir ver seu filho? -Zig me pergunta colocando o pedaço da balada volta no equipamento.

--Ele completa seis meses hoje! -Respondo.

--Legal, manda um abraço pro Raul. -zig diz concentrado.

--Claro, falou zig, semana que vem eu volto! -digo indo embora, iria da Alemanha para Espanha, chegaria a noite direto no hospital ver o garoto.

•terça feira•
11 dias após o acidente.

Chego em casa, fecho a porta e tranco.

--Raul? -pergunto, mas sem respostas. Vou até o quarto e ele não está em casa, de novo!

Raul está lidando de forma rebelde essa situação, fazendo tatuagens, fumando e escuta músicas que descrevem morte e morte...

Após uns minutos ele chega.

--Eai Tom, como ela ? -Raul pergunta, tirando o casaco.

--Mesma coisa, achou algo? -pergunto de volta.

--Nada...o filho da puta sumiu sem deixar marcas...era como se sabia sobre nós...como entrar e sair, sem ser visto! -ele responde se jogando no sofá, claramente cansado, deve ter dormido dez horas ao total essa semana...fica pelas ruas procurando alguem para culpar.

--e o garoto...-ele diz abrindo a geladeira, não demonstrava gostar do bebê...talvez até o culpe de sn estar nessa situação.

--Ainda tentando viver, mas tudo bem. reagindo bem aos tratamentos. -Respondo.

--Tom...o que vamos fazer sem ela? Eu não sei se eu consigo...-Raul começa a falar, seus olhos se entristecem.

--Ei, ei... tudo bem! Ela vai sair dessa beleza? É a gheta, sempre um passo a frente, lembra? Precisa ter esperança Raul, vamos achar o babaca, trazer a S/n de volta e governar a porra do mundo, ok? -digo tentando não convencer apenas ele, mas eu também...ele concorda com a cabeça e um sorriso forçado, saindo novamente. Me sento e suspiro, minha cabeça está um turbilhão de pensamentos e problemas.

Como faremos isso sem ela?...boa pergunta Raul...boa pergunta! Eu preciso de você gheta...menti quando disse que podia partir, não sei se estou preparado pra isso...

■■■■■■■■■■■■
23:43pm

📳Doutor Marcos.

Estava jantando com Raul, quando meu telefone tocou.
Então eu já sabia que você havia partido...
Pego o celular e caminho até a sala, olhando a vista que você disse que era bonita, assim que chegamos aqui.

📞T: Alô?

📞M: boa noite senhor kaulitz, eu lamento por isso. S/n entrou em obto as 23:40 da noite...liguei para o senhor imediatamente, assim como solicitou.

📞T: qual foi o motivo?...

📞M: uma hemorragia...ficamos lutando esses onze dias para conter o sangramento e recuperar o sistema dela, mas seu fígado estava muito danificado e infelizmente não conseguimos...

📞T: e o garoto?

📞M: o garoto?...estável, mostra sua evolução a cada dia...

Desligo a chamada.

Olho para a vista que a janela permitia, o céu estava estrelado e claro, mesmo sendo tão tarde...respiro fundo e fecho meus olhos, sinto a brisa do vendo invadir a casa, tento tranquilizar minha alma...mas nao tem como, tornei você meu mundo e agora acabou, te entreguei minha vida e você levou ela com você...meu sentido de viver se desfez no momento em que você desistiu de respirar...

--Tom...-ouço a voz baixa de Raul, me viro para ele lentamente, como contar?...--Você estava chorando? -ele pergunta confuso.

--A sua irmã...-começo a falar, mas logo ele interrompe.

--Eu sei...quer dizer...eu imaginava. Quero voltar pra casa...-Raul diz indo para o quarto.

Solto o ar lentamente, sentia que se tentasse respirar ou fazer algo normal, entraria em pânico...na vida que levamos perdemos pessoas que gostamos o tempo todo...mas porque ela é diferente...sempre foi, desde o primeiro contato...me intrigou desde a primeira ligação do Bill, sentia que eu daria minha vida por você a qualquer momento, mas nunca tinha pensado o contrário.

Pego as chaves e o casaco, entro no carro e dirijo pela cidade, vou até aquela praia...que você tanto gostava. Me sento na areia e fico olhando as ondas calmas encostar na beira e voltar...estava tudo tão calmo...era o que você mais queria nao é? Ter uma vida calma e normal, não pude te proporcionar, não deu tempo...

--o que eu faço agora lilith...

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