difícil processo...

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•31 de outubro•

Passando-se um mês, começo a pegar o jeito de criá-lo, mamar, trocar, dar banho, fazê-lo dormir...por mais que ele durma poucas horas a noite, ele passa o dia dormindo...compensa de qualquer forma.

Deixo as mamadeira do dia preparada, assim só preciso aquecer e entregar. É exaustivo...mas faria tudo de novo.

--Eai garoto! Quer ir visitar sua mãe? -pergunto pegando o pequeno da cama, hoje é aniversário da S/n, dezenove anos...

Pego as coisas e coloco no carro, mochila com as coisas dele, ele e as flores que comprei mais cedo. Vamos até o cemitério, o gramado é verde, as lápides são tão limpas...sua mãe é bem cuidada aqui Saul...

Caminho até a sepultura, com o bebê e as flores na mão, tem alguém parado lá, com as mãos no bolso...iria o reconhecer em qualquer momento...depois de tantos meses reencontro o Raul.

--Seus ombros estão mais largos. -Digo parando a lado do garoto, estava de capuz.

--O que veio fazer aqui? -Ele diz sem me olhar.

--É aniversário dela, vim entregar as flores que ela gosta. -Respondo.

--gostava...não fale como se ela estivesse aqui! Porque não vai cuidar do seu filho ao invés de vir ver alguém que se foi! -Ele diz indo embora, sem ao menos olhar para mim.

--Qual? Esse aqui? -Digo apontando para saul, ele para de caminhar e se vira pra mim. Tirando o capuz. --O que aconteceu com você?...-Digo fechando o sorriso, sua cara estava machucada, olho roxo, boca ferida.

--Decidiu virar pai?-ele responde sendo sarcástico. --to fazendo o que você parou de fazer! -ele finaliza.

--Parei a muito tempo de tomar surra...acabou de me dizer para cuidar do meu filho e deixar a gheta descansar em paz...agora me diz que não faço mais nada para vingar ela? -pergunto me aproximando dele.

--Não disse que precisava! falando que continuei tentando. -ele responde.

--Na boa Raul quando você foi embora, eu fiz de tudo...a arma era única e a bala também, parece que foi feito especialmente para a ocasião e descartada. Luk e eu passamos noite acordados procurando respostas, mas nao tem! A diferença é que não ficamos matando inocentes até chegar no alvo. -Digo olhando em seus olhos sombrios...parecidos com a de gheta quando a conheci. Ele fita meus olhos de volta, sentia suas lágrimas tentando sair e ele repreendendo.

--fui vê-lo a uma semana...achei que tivesse entregado para um orfanato...--Raul muda o assunto olhando para o bebe.

--que?! Saul é tudo o que eu tenho agora...perdi meu pai, irmão, gheta...até você...-Digo.

--Saul...deixou o nome dele assim? -Raul pergunta sorrindo.

--Sei que ela iria gostar também. Sentimos sua falta tia Raul...volta pra casa. -Digo com a voz fina, mexendo a mão mão bebê.

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