Adeus

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A quarta feira amanheceuchuvosa e cinza...quase uma haridade da Espanha. Estávamos arrumando as malas e empacotando as coisas da Sn, iríamos voltar para Itália, Raul não se agrada mais com esse lugar e acho que eu também não...Ele segue sem chorar ou demonstrar profunda tristeza, viver entre gangs significa não sentir a perca, apenas vinga-lá.

Certamente meu coração estava quebrado, não sentia mais vontade de viver em um mundo sem a única pessoa que me dava motivos para sorrir...amanhã irão realizar o enterro dela. A ficha ainda não caiu que isso está acontecendo. Nao para mim...possivelmente para o Raul menos ainda.

Quinta feira
8:00 am

--ce não vai ir mesmo?...-Raul pergunta entrando no meu quarto e da sn. Fico em silêncio, estava em pé olhando pela janela o horizonte.

Vejo a porta se fechar, ele foi embora. Minhas lágrimas surgem discretamente, seguro elas novamente.

Passa alguns minutos e a porta abre novamente.

--Tom...-a voz suave e delicada ecoa pelo quarto, olho rapidamente, era tão parecido com ela...

--ah..o que foi Lili? -pergunto caindo na realidade novamente.

--Chegamos na cerimônia e não vimos você, queria ver se está tudo bem...-ela pergunta, estava sem jeito, era melhor amiga da gheta, mas nunca trocamos mais de três palavras.

--Raul irá representar nossa familia. -digo suspirando.

--Raul não consegue entrar no mesmo lugar que o caixão...ele precisa de você, é o único que sobrou. -Lili diz colocando a mao em meu ombro.

--Eu não consigo, não consigo olhar a mulher que eu amo deitada em uma caixa de madeira, sem vida, sem pulso, sem cor...isso parece mentira! Como ela pode se descuidar? Não faz sentido...-digo inconformado.

--As vezes os planos dão errado...não pode se culpar, iria se arrepender de não ir se despedir dela Tom. -Lili diz se afastando novamente.

--Era a S/n Lili! Ela nunca era passada para trás, nunca! Sabia cada passo dos inimigos dela, dos aliados e dos próprios homens...ela agia estrategicamente todas as vezes. Nunca deixou uma falha, eu sei disso porque eu fui o que ela mais enganou. Quando pesava que estávamos na frente, ela estava no topo sentada, esperando a gente chegar . -Digo incrédulo.

--Acha que talvez ela...

--Permitiu ser baleada! -completo a frase de Lili.

--Mas porque? -ela pergunta.

--É isso que eu quero saber! O que ela estava protegendo ou quem...-digo pensativo.

--Tom, primeiro vá se despedir da sua mulher...depois vamos trabalhar todos juntos, para vingar ela e o bebê. -Lili diz.

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