reconciliação

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Tom deixa a sala e eu me sento em uma cadeira...parece que nao contei nada...mas, contei só o importante, precisava apenas saber que era para proteger a vida deles...e pela primeira vez eu havia sido enganada...mesmo recebendo notícias dele, não podia enviar, se não, Naka cortaria minhas mãos...eu não pude arriscar nada, minha vida ou a deles...só baixei a cabeça e segui ordens...mas, agora de qualquer  forma, eles bravos ou não, tenho minha família de volta e continuo com um cargo legal...

■■■Tom■■■

Tentando de todas formas processar tudo que está acontecendo, precisei sair do mesmo lugar que ela. Precisava tentar entender os motivos dela...talvez se ela realmente tivesse contado que estava sendo perseguida pela yakuza...poderíamos ter ajudado, dar um jeito...mas, poderia ter piorado tudo e todos estarem mortos agora. Eu sempre soube que não existe final feliz em uma vida como essa...vi isso com minha mãe, pessoas próximas...comigo não seria diferente, mas agora temos uma segunda chance, preciso entender que as ambições dela nunca incluíram uma família, o bebê veio em um momento em que o pescoço dela era procurado por quase todo lado europeu...

Respiro fundo, começo a entrar em colapso pensando em como teria sido diferente ou como poderia seguir agora...eu amo a s/n, sinto falta dela, tocá-la...mas eu mal conheço a tokio...que luta com espadas e tem uma tatuagem de gang que tapa suas costas...

--Eai! É isso?...-Raul fala se aproximando, me tirando dos pensamentos.

--O que Raul? -pergunto.

--A Gheta...ou tokio foda-se literalmente atrás daquela porta, contou uma história e um plano incrivelmente perfeito...é subchefe da porra da YAKUZA e vamos falar "ok, bem vinda de volta"?! -Raul diz em pânico, parecia um garoto assustado de cinco anos atrás.

--Fala baixo idiota...não sei legal! Eu...porra não sei, sinto que não conheço ela...preciso achar o Saul, são muitas coisas pra pensar em tudo agora. -Digo confuso

--Nunca ouviu que se recussitar um morto...o espírito que volta não é o mesmo...-Raul diz se sentando na corredor.

--Ela não morreu pelo visto. -Respondo.

--É como se fosse...teve que morrer por dentro, abandonar uma identidade, família e negócios. Nascer de novo no outro lado do mundo, sendo uma capanga? É a gheta Tom! Qual a chance? -Raul fala, parecia que procurar um culpado pela sua morte era menos perturbador, do que aceitar que ela fingiu a própria morte.

--A primeira reação da sua irmã foi morrer pelo Saul...eu abandonei ele e depois tentei recuperar. Não fale como se ela nem tivesse pensado na gente...foi a primeira coisa que ela fez! -Digo saindo dali, chego no pátio e olho para os lados...não sabia para onde ir, parecia um labirinto.

■■■■■S/n■■■■■

--o único problema do Japão é que as paredes são muito finas...-Digo saindo da sala, Raul estava sentado no chão escorado na parede, me olha e revira os olhos feito uma criança mimada. Sorrio e me sento ao lado dele. --Quando eu cheguei aqui, conseguia pensar na sensação que você sentiria de abandono...de não ter mais ninguém da família agora...foi assim que me senti quando o meu pai morreu. Mas, uma vadia deixa um moleque metido na porta de casa dizendo "é seu", e nunca pensei que poderia amar tanto alguém que tinha conhecido a segundos, mas de saber que foi gerado no mesmo útero que eu...me ligou a você. Ter que deixar tudo pra trás foi me destruindo aos poucos, mas ter que deixar você sem familia...me quebrou por inteira. Mesmo tendo o luk me atualizando quase todo mês sobre vocês, uma hora você começou a sumir...e entao ele nao sabia mais nada sobre você. -Digo escorando a cabeça na parede.

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