Preciso Parar

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CINCO MESES DEPOIS, EU MAL ESTAVA ME SEGURANDO.

Era o domingo antes da lua cheia.

Eu estava dirigindo por uma estrada para lugar nenhum, perdido em minha cabeça. 

Eu estava pensando na tradição, sobre como todos estavam juntos e haveria comida na mesa, tanta comida que mesmo uma matilha de lobos não seria capaz de comer tudo. 

Mamãe estaria na cozinha, seu rádio tocando música antiga. 

Ela estaria cantando, eu sabia, cantando de uma maneira que parecia com o coração partido.

Jun e Hobi estariam lá fora, cuidando da churrasqueira. 

O ar estaria fresco, as folhas de outubro douradas e vermelhas e verdes. 

Eles ficariam lado a lado, seus ombros se roçando.

Rico, Tanner e Chris estavam arrumando a mesa e as cadeiras na grama.

Eles estavam mais fortes agora, os três, Rico tendo aceitado o lobo como se ele sempre tivesse sido assim. 

Eles estavam rindo de alguma coisinha, e Rico estava tentando ser sutil sobre colocar seu cheiro em seus amigos, mas falhando miseravelmente. 

Tanner e Chris zombaram dele por isso, mas eles o abraçaram, suas bochechas se esfregando.

Jessie estava colocando Nam e Jin para trabalhar, entregando-lhes pratos para levar para fora. 

Jin estava carrancudo, mas ele não quis dizer isso. 

Já fazia muito tempo que não. 

Havia uma luz em seus olhos, algo brilhante e feroz, um fogo que foi reacendido após uma escuridão fria. 

Ele parou do lado de fora da porta dos fundos e olhou para todos os outros. 

Seu coto coçava, como sempre fazia, e ele aprendeu a ignorá-lo. 

A síndrome do membro fantasma era uma merda, e havia dias em que ele quase se esquecia que não tinha mão. 

Ele se adaptou. 

E quando ele pensava que ninguém estava olhando, ele se permitia sorrir.

— Que bom, né. — Nam sussurrou em seu ouvido.

— Sim —, disse ele asperamente. — Está bom.

Yoongi e Tae deram a volta pela lateral da casa, de mãos dadas.

Minha garganta fechou.

— Ei — Tae disse.

Eu não conseguia nem falar.

— JungKook — Ele parecia preocupado. — Você está bem?

Neguei com a cabeça.

Ele olhou para Yoongi antes de acenar com a cabeça em direção à mesa.

Yoongi o beijou na bochecha e nos deixou sozinhos.

— O que há de errado? — Tae disse em voz baixa, embora não importasse.

Todos seriam capazes de nos ouvir. 

Até Jessie.

— Não sei... — respondi. Minha garganta parecia crua, meus olhos ardiam.

— Tudo bem. Você nem sempre precisa saber. — Ele balançou a cabeça. — Às vezes podemos ficar tristes sem ter um motivo. Faz parte de ser humano.

— Nós não somos humanos — eu o lembrei.

Ele revirou os olhos. 

— Você sabe o que eu quero dizer.

Song of the Pack - Book 4 (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora