Song of the Pack - Book 4 (Jikook)

Pedro e o Lobo

A TERCEIRA NOTA VEIO EM AGOSTO.

Quase todos os dias achei que estava sonhando. 

Tae estava lá cada vez mais e tudo tinha um tom nebuloso. 

Estava ficando mais difícil acordar.

Todas as estradas pareciam iguais. 

Os dias sangraram juntos.

Tae disse: 

— Você vai perder a cabeça.

Eu ri, embora parecesse enferrujado e quebrado. 

— Acho que pode ser um pouco tarde para isso.

Ele suspirou. 

— Por que você está fazendo isso consigo mesmo?

— Preciso fazer isso. Ele faria o mesmo por mim.

Ele tinha aquela posição teimosa em sua mandíbula. 

Eu sofri ao ver algo tão familiar. 

— Você não sabe se é isso. Você não o conhece.

— Anos. Ele esteve conosco por anos.

— E preso como um lobo, — Tae ( Não-Tae ) lembrou-me. — Feroz. Pelo que você sabe, ele não se lembra de nada. Como Yoongi.

— Ele nos salvou — eu sussurrei, apertando as mãos no volante.

Tae balançou a cabeça. 

— Eu sei. Mas você não sente minha falta? Você não quer voltar para casa?

— Mais do que tudo, — eu disse roucamente. — Você sabe.

— Eu preciso de você, JungKook. Por que você fez isso? Você sabe o que perder Yoongi fez comigo. Você estava lá. E ainda assim você nem mesmo hesitou em me deixar para trás. — Ele chorava agora. — Eu não entendo. Como pôde ser tão cruel?

Eu não conseguia mais olhá-lo de frente. 

Eu estava entorpecido. 

— Eu te amo.

— Faz mesmo?

— Sim. Mais que tudo.

— Então volte para casa. Por favor.

Eu engoli em seco. 

— Eu... não posso. Lembra do que Hobi disse? Para aquele caçador. David, King. Para contar a Jun.

Ele riu em meio às lágrimas. 

— Ainda não. Ainda não. Ainda não. Tudo já aconteceu antes e tudo vai acontecer de novo. Esses círculos. Continuamos andando em círculos. Jun e Hobi. Jin e Nam. Eu e Yoongi. Continuamos cometendo os mesmos erros indefinidamente.

— Eu sei.

— E o que é que vai fazer quanto a isso? — Ele acenou com a cabeça em direção à frente do caminhão.

— Eu dou um jeito.

Mas ele já havia partido.

Eu olhei pelo para-brisa.

Os lobos rosnaram.

Saí da caminhonete com as mãos levantadas e fui cercado quase imediatamente.

— Quem é você? — o Alpha exigiu, a mão em volta da minha garganta. Ela me pressionou contra a caminhonete, a alça cavando em minhas costas. — O que você está fazendo no meu território?