Esquilo Morre

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MINHA MÃE DISSE: 

— DIGA-ME. SOBRE ONDE VOCÊ FOI. O QUE VOCÊ FEZ.

Estávamos sentados na clareira. 

A lua cheia estava a apenas alguns dias de distância. 

Os outros se espalharam em um círculo solto, observando enquanto Chris e Tanner lutavam, com as garras para fora, as presas à mostra. 

Seus golpes eram pesados, mas eles riam, mesmo quando começaram a sangrar. 

Jessie caminhava ao redor deles, gritando ordens, dizendo-lhes para endireitar a postura, para manter os pés leves.

Jimin também estava assistindo, parado entre Jun e Hobi, saltando como se estivesse ansioso para entrar em ação. 

Eu balancei minha cabeça ao vê-lo.

Eu olhei para mamãe. 

Nós estávamos em um cobertor. 

Ela tinha uma garrafa térmica com chá quente de onde me fez beber, como se achasse que eu ia morrer de sede. 

Tae me disse que iria me sufocar por um tempo. 

Eu precisava agora. 

— Estava quase tudo quieto, — eu disse a ela enquanto me virava para os outros. — Longos períodos de dias e semanas em que nada aconteceu.

— Meu menino errante —, disse ela. — O que viu?

Eu disse: 

— Coisas boas. Coisas ruins. Pessoas e sua fúria sem fim. Estradas que pareciam continuar e continuar.

Ela disse: 

— Eu deveria ter contado a você. Eu não deveria ter deixado isso se arrastar.

— Mãe?

Ela sorriu tristemente. 

— Sobre Jimin. Eu pensei. Eu pensei que era seu para descobrir. E eu sabia que você chegaria lá um dia. Mas quanto mais demorava, eu... não sei. Eu me preocupei. E havia tantas coisas com que se preocupar. Eu me permiti ficar distraída. E eu sinto muito por isso.

Fiquei alarmado. 

— Não precisa.

— Eu faço —, disse ela com firmeza. — E farei. Porque ainda vejo a expressão em seu rosto. Em Caswell, quando Jimin saiu com isso... aquela fera. Seu coração estava partido e eu não pude fazer nada para consertá-lo — Ela desviou o olhar, piscando rapidamente. — Eu deveria ter te contado.

Peguei a mão dela na minha. 

Sua pele estava fria. 

— Estamos aqui.

— Nós estamos, — ela disse. — Até que enfim. Nunca me deixe de novo, meu amor. Me prometa.

Eu disse: 

— Eu prometo.

— Mentiroso —, disse ela, enxugando os olhos. — Mas eu vou permitir. Como achou ele?

Contei a ela sobre esse fio em meu peito, como ele me puxou para frente.

Como aprendi a confiar nisso, mesmo quando tudo ficou quieto. 

Contei a ela sobre os bilhetes que ele deixou para mim, os mesmos bilhetes que agora estavam escondidos em uma caixa debaixo da minha cama. 

Hesitei antes de contar a ela sobre Madame Penélope, a bruxa, a vidente, a mulher com os ossos que realmente não tinha estado ali. 

Song of the Pack - Book 4 (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora