Song of the Pack - Book 4 (Jikook)

Batimento Cardíaco

Jimin não voltou naquela noite.

O céu escureceu.

A neve prometida nunca caiu.

Quando consegui me mover sem sentir que estava morrendo, acendi uma fogueira, minhas mãos tremendo. 

Demorou muito antes de começar a me sentir quente.

Eu me levantei cautelosamente. 

A dor estava diminuindo, mas ainda tinha seus dentes em mim.

Eu fui até a janela.

O vidro estava fosco.

Eu dormi, mas estava quebrado. 

Tae estava lá, parado à distância. 

Não importa o quanto eu tentei correr em direção a ele, nunca me aproximei.

EU SENTEI COM UM FANTASMA.

Era de manhã.

O fogo estava apagado novamente. 

Eu cheirei...

Enrolei o cobertor em volta dos ombros e fui até a janela, com a certeza de que haveria alguém do lado de fora da cabana.

Não havia muita coisa.

Nas árvores.

As nuvens se foram.

O sol estava brilhando.

Eu disse: 

— Eu sei que você está aí. Saia, saia, de onde você estiver. Você não pode se esconder de mim. Isso é um sonho. Eu ainda estou sonhando.

Eu estava delirando.

Fiquei tão quente.

Eu estava com frio.

Eu disse: 

— Pai?

Mas meu pai estava morto e nada além de cinzas.

Eu fui até a porta.

Eu a abri.

O ar frio tomou conta de mim.

Eu pisquei contra isso.

Eu pisei na neve.

Eu mal senti isso contra meus pés descalços.

Afastei-me da cabana.

Eu não sabia para onde estava indo. 

Minha pele latejava.

Eu disse: 

— Onde você está?

Eu ri.

Saiu soando como um soluço, sufocado e molhado.

E então eu o vi.

Na neve.

Atrás das árvores.

Um lobo branco. 

Preto nas costas e no peito.

Seus olhos ficaram vermelhos.

Ele disse me persiga, eu te amo, me persiga.

Eu disse: 

— Papai? — porque eu era apenas um garotinho de novo, e meu pai, meu pai estava lá, e ele nunca iria me deixar, ele nunca iria me deixar novamente.

Ele correu.

Eu corri atrás dele.

Os galhos das árvores bateram no meu rosto e no peito, picadas afiadas enquanto o cobertor se alargava ao meu redor.