Song of the Pack - Book 4 (Jikook)

Porque Eu Estou

OS DIAS FORAM PASSANDO DEVAGAR.

Eu estava sonhando.

Eu não estava sonhando.

Eu estava acordado.

Eu não estava acordado.

Eu estava escorregando.

Eu não estava escorregando.

Eu estava construindo algo que não conseguia nomear.

Eu estava apavorado.

Eu estava feliz.

Eu estava perdendo minha cabeça.

ELE PERMANECEU HUMANO na cabine cada vez mais. 

Ele desapareceria na floresta, e embora eu considerasse segui-lo, minha covardia me manteve dentro. 

Kim não voltou, mas eu o senti na floresta ao redor, uma escuridão que pulsava como um coração moribundo.

Jimin ficaria fora metade do dia e eu esperaria na janela até que ele voltasse.

Ele sempre voltava.

Em um desses dias, ele cambaleou para fora das árvores como um lobo, seu andar descoordenado. 

Ele quase caiu do lado de fora da cabana, mas conseguiu se segurar no último segundo.

Corri porta afora sem pensar.

Eu o peguei antes que ele caísse, sua cabeça pendurada no meu ombro, seu pelo molhado e frio, mas seu corpo queimando quente. 

Passei meus braços em volta de suas costas, perguntando se ele estava ferido, o que aconteceu, o que ele fez com você, o que há de errado, o que está errado?

Ficamos lá pelo que pareceram horas, meus joelhos ficando dormentes, seu peso pesado.

Ele estava tremendo e não consegui fazê-lo parar.

Eu disse: 

— Você não pode continuar assim. Você não pode continuar fazendo isso. Não sei o que isto é, mas está machucando você. Isso está te matando.

Ele tentou se afastar.

Eu não deixei.

Ele rosnou.

Eu disse: 

— Você tem um lugar. Conosco. Com nosso bando. — Respirei fundo. — Comigo. E eu sei que é assustador. Eu sei que não é o que você queria, mas está aí do mesmo jeito. Podemos sair deste lugar. A gente pode ir pra casa. E quando chegarmos lá, todos ficarão furiosos conosco, com tanta raiva por deixá-los para trás depois de tudo. E vamos deixá-los gritar conosco porque isso significa que nos amam. Isso significa que eles nunca se esqueceram de nós. — Minha voz tremeu. Fui esfolado, sangue vital se espalhando e manchando a neve. — Estamos juntos em um bando. Você não quer isso? Não quer?

Ele se afastou de mim.

Ele entrou na casa.

Fiquei do lado de fora na neve.

ELE DEIXOU-ME FICAR COM A CAMA.

Eu disse a ele que era grande o suficiente para nós dois, e o pensamento fez minha pele latejar.

Ele se mexeu e se deitou em frente ao fogo.

Olhei para o teto escuro, as chamas tremeluzindo e estourando.

Conforme a noite se aprofundava, eu disse: 

— De volta para casa. O espaço em Green Creek.

Suas orelhas se contraíram.