Song of the Pack - Book 4 (Jikook)

Neve

O Natal foi tranquilo. 

Não subjugado, mas perto. 

Sabíamos o que pairava sobre nós, sabíamos que havia outros lutando em nosso nome no frio do inverno de Minnesota. 

Jimin já estava lá embaixo quando acordei. 

A porta do meu quarto estava aberta e eu podia ouvi-lo conversando com Jessie e minha mãe na cozinha.

Tentei não pensar onde estava há um ano, mas não consegui escapar. 

No último Natal, dormi na minha caminhonete em um campo no meio do nada.

Eu estava na estrada há apenas algumas semanas e tudo dentro de mim gritava que eu cometi um erro, que precisava dar meia-volta e ir para casa.

Não toque. 

Nele.

Eu continuei pelas rodovias secretas.

Eu olhei para o espaço onde Jimin tinha estado. 

Havia um cabelo preto curto no travesseiro.

Saí da cama e desci, acompanhando a música natalina tocando no rádio.

Judy Garland estava cantando um cover de ‘Have Yourself A Merry Little Christmas’. 

Sempre achei que era a música mais triste.

Parei na entrada da cozinha.

Bambi estava sentada à mesa, com as mãos em torno de uma caneca de café. 

Jessie estava ao lado dela, arrulhando para Joshua, que descansava nos braços de Dominique.

Mas tudo sumiu quando vi minha mãe dançando com Jimin.

Ele ainda estava em seus shorts de dormir. 

Ele usava uma camisa que era grande demais para ele. 

Ele estava com meias rosa, uma deslizando até o tornozelo, a outra na metade da panturrilha. 

Minha mãe estava com um robe, seu cabelo puxado para trás, seu rosto sem maquiagem. 

Eles deviam saber que eu estava lá, mas não olharam na minha direção.

— Pronto — disse minha mãe. — É isso. De lado a lado. Aleatório. Você não precisa levantar os pés. Ouvir a música. Sinta o ritmo! Devagar. Devagar.

Suas mãos estavam em seus quadris, as dela em seus ombros. 

Ela riu. 

— Aí está. E só. Você tem talento.

Você ama ele, Hobi sussurrou em minha cabeça.

Ele balançava com minha mãe enquanto Judy cantava que um dia estaríamos todos juntos, se o destino permitisse.

Até então, teríamos que seguir em frente.

De alguma maneira.

A música terminou.

Minha mãe, minha ridícula e maravilhosa mãe, fez uma reverência na frente dele.

Jimin, para não ficar atrás, curvou-se desajeitadamente.

Jessie e Bambi aplaudiram.

Dominique riu.

Joshua ergueu sua mãozinha.

E Jimin sorriu. 

Foi cegante.

ÉRAMOS FELIZES.