Os assobios de Martin eram altos quando eu e Freen saímos do prédio dela depois de finalmente acharmos um vestido que Freen julgasse ser legal. Fiquei surpresa com a quantidade de roupas bonitas que ela tinha, todas combinavam com seu corpo perfeito que assisti com muito gosto enquanto ela se trocava pelo menos umas quatro vezes seguidas. Alguém deveria prendê-la por ser uma grande gostosa. Se eu for descrever o que vi, vou encher de muitos detalhes e vai ser cansativo. Mas terei outras oportunidades de registrar melhor minhas descrições sobre o corpo perfeito de Freen.
- Nunca viu uma mulher não? - Escuto Noey reclamar do banco do motorista.
- Ai, só tô elogiando. - Ele responde.
A BMW branca de Martin está parada no meio-fio, chamando mais atenção do que tudo naquele bairro apagado.
- Boa noite. - Digo ao entrar no banco de trás com Freen em meu encalço.
- Boa noite, garotas. - O irmão de Noey responde e logo arranca com o carro.
- Oi, vidas. - Irin nos saudou. O celular já está em sua mão, aposto que ela estava tirando mil selfies durante o caminho até aqui. - Vamos tirar uma foto.
Tiramos umas dez fotos até Noey começar a dizer que estava sendo excluída.
- Depois eu tiro uma só com você e posto. - Irin promete enquanto olha as fotos que tiramos. Noey vira o rosto no banco do carona para nos olhar, o típico sorrisinho traiçoeiro em sua boca.
- Freen, você tá linda. - Ela se admira.
- Ela sempre foi. - Eu me intrometo, porque gosto de exaltar a beleza dela.
Freen dá um sorrisinho e esconde o rosto em meu pescoço momentaneamente para depois descansar a cabeça em meu ombro. Linda.
- Todas estão muito lindas, eu devo concordar. - A voz grossa de Martin entra na conversa. - Vocês chamam a atenção, são novinhas e lindas, por isso vou dizer umas coisas pra vocês. - Ele solta uma das mãos do volante e levanta o dedo indicador no ar. Ele fala igual Noey, é idêntico. - Não sumam da minha vista, por favor. Não vão ao banheiro ou para a área da piscina sozinhas ou com algum desconhecido, não aceitem bebidas de ninguém, sério. De ninguém. Se forem se pegar com alguém, por favor, não vão para algum lugar afastado, tipo quarto ou banheiro. Esses caras mais velhos... Eles podem virar bichos nessas festas, mas também tem muita gente legal, ok? Se ficarem com meu ciclo de amigos tudo vai ser perfeito.
Depois disso eu só consigo imaginar pessoas peladas usando muitas drogas e depois iniciando brigas.
Mas é uma festa ou o inferno?
- Tem tudo isso e você que vai cuidar da gente? Cancela isso aí. - Noey está incrédula olhando para ele. Martin apenas ignora a irmã e acelera o carro.
- Ouviu o que ele disse, né? - Cochicho para Freen e ela concorda com a cabeça.
- Fiquei com medo agora. - Irin faz uma careta.
- É só ficarmos com os amigos dele. - Eu digo. Espero que não seja um bando de... Homens.
Quando paramos num cruzamento com vários semáforos com sinais vermelhos, Freen aperta minha mão com força e seu pescoço pula para olhar pela janela.
- O que foi? - Eu a olho.
- Nada. - Ela fica olhando fixamente para o semáforo, a mandíbula travando intensamente até o mesmo ficar verde e o carro voltar a andar.
- O que foi? - Repito.
- Nada. - Freen pisca algumas vezes e sua mão suaviza em torno da minha. Foi quase como se tivesse ativado um reflexo nela, algo a incomodou e ela procurou por mim através daquele toque.