011. dont leave me.

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Anastasia POV's.

Meus lábios começaram a formigar pelo frio que estava fora do Distrito 13. Katniss se preparava para gravar enquanto os outros posicionava seus equipamentos focando apenas na garota à nossa frente. Meus olhos estavam fixos ao chão, observando a neve que tinha caído na noite passada de forma grotesca. Beetee tinha finalmente conseguido entrar no sistema da Capital, estávamos prontos para começar a transmissão.

Katniss começou seu discurso. Eu fui para dentro do distrito novamente, me direcionando para onde Coin estava. Onde tudo acontecia. Na Capital, uma missão estava acontecendo e tudo o que eu queria era que ele estivesse bem, que ele se lembrasse de mim.

— Anastasia, sente-se. — Coin disse assim que entrei na sala. Seus olhos encontraram os meus e um arrepio percorreu meu corpo. Eu certamente não confiava nem um pouco nela. — Estamos conseguindo, Katniss está conseguindo.

— Só quero ele de volta, Coin. Quero que conserte a merda que fez. — Ríspida. Foi como meu tom de voz saiu. Eu certamente não queria criar um vínculo com ela.

A transmissão começou a ser cortada, me levantei imediatamente da cadeira enquanto observava a tela na minha frente. Meu semblante mudou ao ver que perdemos contato com o comandante. Cruzei meus braços abaixo de meus seios, cerrei minhas sobrancelhas e senti minha respiração começar a falhar. Eu não poderia de forma alguma perdê-lo.

Plutarco e Coin tentava a comunicação, mas era falho. Andei duas vezes de um lado para o outro até pensar em algo que finalmente conseguiria tirá-lo de lá.

— Me coloque na transmissão. — Eu disse. Plutarco relutou mas Beetee já estava com quase tudo pronto. Ajeitei minha postura para ter autoridade o suficiente contra o Presidente. — Snow, sou eu, Anastasia Atwood do distrito 4. Pode me ouvir? — Esperei por alguns segundos a resposta.

— Olá, senhorita Atwood. — De repente o velho estava no telão. Sua aparência estava a mesma, estava ainda mais pálida e tinha suas roupas formais. — Acha que eu não sei o que está tentando fazer?

— Eu imagino que saiba. Mas o que quer com Finnick, o liberte! — Eu quase chorava. A dor se fazia presente, assim como a raiva que estava estagnada em meu ser.

— Não lembro de ter conversado com você, mas, pensei que o protegeria. — Ele brincou, tinha sarcasmo em sua voz. — Você o ama, e são as coisas que mais amamos que nos destroem, senhorita Atwood.

Naquele momento tínhamos recuperado a comunicação com o comandante. Por trás das câmeras me mandaram continuar com a dura conversa que eu estava tendo.

— Você já foi amado, Coriolanus? — Eu o desafiei, meus lábios foram prensados, meus olhos estavam firmes olhando para a grande tela que tinha na minha frente. Parecia que estávamos cara a cara. — Acho que você nunca foi amado de forma correta, ou teve suas consequências. O carma chega para todos, Senhor Presidente.

— O que está falando, Senhorita Atwood? — Sua voz falhou por um instante. Ele mexeu no colarinho de sua blusa, soltando-a.

— Um passarinho me contou tudo.. — A comunicação falhou novamente e a dor se instaurou no meu peito.

— Espero que saiba da consequências de seus atos e de suas falas, Senhorita Atwood. — Meus olhos semicerrados, minha respiração quase falha e as lágrimas em meus olhos quase me entregavam. — São as coisas que mais amamos, que nos destroem.

A tela foi desligada. Eu saí correndo dali, mais uma crise estava para começar e eu não tinha mais forças. Parei em um lugar que não reconhecia, minhas pernas falharam e cai no chão. O choro veio com tudo, a falta dele já estava mais do que presente em mim e aquilo tinha danos. Danos muito maiores do que alguém poderia imaginar que tivessem.

Os passos de alguém ecoavam pelo grande cômodo. Seus olhos encontraram os meus e lá estava ela, Katniss me encarava. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, supus que eu também estivera da mesma maneira. Ela se aproximou, se sentou ao meu lado e tudo o que conseguimos fazer naquele momento foi se abraçar. Depois que Finnick foi embora para a Capital na época dos seus Jogos, eu nunca mais fui de demonstrar afeto. Me sentia fraca e aquilo era horroroso para mim. Eu amava abraços e o toque humano. E me via tanto em Katniss, quanto ela se via em mim.

Horas se passaram e nenhuma notícia chegava. As tropas estavam sem dar notícias e eu estava presa em meu quarto. Minhas pernas estavam sendo abraçadas pelos meus braços enquanto eu estava em cima da cama. Minha cabeça estava entre meus joelhos. Eu não conseguia pensar.

— Anastasia. — Fui tirada de meu transe. Haymitch estava na porta, com um sorriso confuso em seus lábios. Eu sabia exatamente o que significava.

Meus pés tocavam o chão enquanto eu corria ao seu encontro. Meu peito descia e subia com a respiração ofegante, a alegria estava instaurada em mim novamente. Parei antes de entrar, ele estava sendo examinado. Sua aparência estava deplorável e eu me pus a chorar. As lágrimas desciam involuntariamente.

Meus olhos encontraram os seus. As marcas, os hematomas que tinha em seu rosto e corpo me destruiram. Dei alguns passos à sua direção e ele se levantou, recuei um pouco, eu estava em choque.

— Você.. — Sussurrou e eu corri para te abraçar.

Sua pele tocou a minha e tudo parecia ter parado. O seu cheiro, seu toque ainda era o mesmo e eu estava a chorar em seus braços. O medo de nunca conseguir tê-lo de volta, a falta que ele fazia. Eu só tinha mais provas de que sempre foi ele. Eu o amava. Necessitava de seu toque, de seus beijos e de seus afagos. Somente Finnick Odair sabia lidar com a confusão que era. Só tinha Finnick tinha o resto que sobrou de mim, e eu só queria que ele tivesse certeza disso.

De repente seu corpo ficou pesado. Quase não consegui segurar. Ele tinha desmaiado, a sua frequência cardíaca tinha sumido e os médicos me retiraram dali. O pavor tinha voltado, eu não conseguia respirar enquanto observava pelo lado de fora enquanto tentavam reanimar ele. Haymitch estava ao meu lado, sua mão pousou sobre meu ombro e tudo o que eu fiz foi entrar lá dentro novamente.

— FINNICK, POR FAVOR! — Eu gritei, enquanto os médicos faziam seu trabalho. Não podia perdê-lo — Eu te amo, por favor não me deixe.

Ele não voltava. O corpo sem vida estava sobre a maca, e eu não podia fazer nada. Os médicos queriam desistir, me olhavam com pena e com dor. Me agarrei ao meu corpo, abaixei minha cabeça e tudo o que fiz foi chorar. Eu não poderia viver sem ele. Eu não poderia viver em um mundo onde Finnick Odair não estaria.

A última reanimação foi dada, os aparelhos iam ser desligados depois daquilo. O aparelho tocou seu peito, a descarga elétrica foi feita.

O seu coração voltou. Ele tinha voltado.

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⏰ Última atualização: Dec 19, 2023 ⏰

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THE GREAT WAR - f. odairOnde histórias criam vida. Descubra agora