"ᵉ ᵃ ᵍᵉⁿᵗᵉ ᶜᵃⁿᵗᵃ
ᵉ ᵃ ᵍᵉⁿᵗᵉ ᵈᵃⁿᶜ̧ᵃ
ᵉ ᵃ ᵍᵉⁿᵗᵉ ⁿᵃ̃ᵒ ˢᵉ ᶜᵃⁿˢᵃ
ᵈᵉ ˢᵉʳ ᶜʳⁱᵃⁿᶜ̧ᵃ
ᵃ ᵍᵉⁿᵗᵉ ᵇʳⁱⁿᶜᵃ
ⁿᵃ ⁿᵒˢˢᵃ ᵛᵉˡʰᵃ ⁱⁿᶠᵃ́ⁿᶜⁱᵃ"
—Velha Infância, Tribalistas.
EU ACHO QUE pessoas que tiveram amigos a vida inteira, ou já se acostumaram com a presença deles, não entendem o real peso de uma amizade.
Passei quatro anos da minha vida tentando e tentando fazer amigos, mas o resultado eram só conexões vazias, sem profundidade. Eram boas companhias de conversa, mas nunca eram amizades intensas.
Então, fica aqui um recado pra você que se acostumou com a presença de seus amigos. Valorize suas amizades. De verdade. Porque pode parecer que é algo normal, mas se um dia, você perder eles, vai doer. E você vai se condenar por não ter valorizado cada momento. Vai descobrir da forma mais bruta e cruel que cada memória guardada é uma vitória. Vai descobrir que saudade te arregaça de dentro pra fora como se você fosse uma roupa velha. Vai te tirar noites de sono pensando em caminhos inalcançáveis que você poderia ter dado para continuar com eles na sua vida.
Seus amigos são seus irmãos. Falamos demais sobre amor romântico e precisamos exaltar mais a pureza de uma amizade verdadeira.
Claramente, eu provei naquele instante que a amizade que eu estava entregando para aquele bando de cabeças insanas era verdadeira. Porque só a mais verdadeira das amizades se deixa contagiar pela insanidade alheia de seus amigos para ter a coragem necessária de provar aqueles alimentos.
Modéstia à parte, o pavê era o mais bonito. Guri tinha inventado de fazer um cachorrinho de biscoito. Não rolou muito. Mas em compensação, eu ainda tinha um homem que tinha feito faculdade de design gráfico do meu lado, e confia em mim, nessas horas é muito útil.
O pavê ficou lindo. João Lucas tinha feito uns desenhos meio abstratos de bolacha e eu peguei um palito de churrasco pra acompanhar e fazer umas ondinhas pretas e brancas.
A salada estava surpreendentemente decente. Barreto tinha feito um gato com a salada. Sério. O alface era o rosto, os tomates eram os olhos, e as cenouras eram o focinho. Provavelmente o Barro tinha tido a ideia e Levinsk só impediu que ela desse errado, ou que Barreto quebrasse a tigela (algo muito provável, tendo em vista os acontecimentos anteriores).
O que estava preocupante era o macarrão de Apollo, Mikezin, Jota, Brennuz, Maria, Alva e Bob. Aquilo tava bizarro. Era o macarrão della casa, segundo o arrombado do Mikezin. O molho tinha uma cor extremamente terrosa, e havia uns pedaços de carne cortados, que pareciam mais meteoros caídos na comida. Claramente, tinha várias outras coisas dentro, que me perdoe, eu não soube direito discernir nem descrever.
Olho pro macarrão, depois olho pra Levinsk, que estava de olhos arregalados. Olho pro macarrão, depois olho pro Barreto, que estava com a mão no rosto. Olho pro macarrão e olho pro Guri, que já estava me olhando, com a mão em frente à boca, segurando muito a risada. Rindo da nossa própria desgraça, como sempre.
— Sentem-se, e sirvam-se! - Brennuz fala com um tom glorioso, com o Jota atrás, assentindo com a cabeça, como se confirmasse que o macarrão era seguro, mesmo que os meus olhos berrassem desesperadamente o contrário.
Vejo todos se sentando e me junto a eles. Todo mundo pega a salada, desmanchando o gato que o Barreto teve tanto cuidado para dar vida. Mas ninguém toca no prato principal ainda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮𝗺𝗼𝗿 - 𝗴𝘂𝗿𝗶 𝗺𝗰
FanfictionAMOR, AMOR, AMOR. Atena sempre gostou da ideia do amor. Ela gostava das coisas que fazia que envolviam o amor. Ela sempre foi apaixonada por arte no geral, mas se encontrou verdadeiramente nas batalhas de rima. Mesmo que seu pai desaprovasse, mesmo...